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Governo gasta R$ 10 mil com aluguel da Unei e deixa prédio próprio fechado

Juiz classificou abandono da nova unidade como descaso do poder público e alerta para possível ação do Ministério Público

Por Ana Cristina Santos
30/01/2017 • 14h00
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Enquanto mantém o prédio próprio sem funcionar há mais de dois anos, o governo do Estado gasta R$ 10 mil por mês com aluguel de um imóvel para abrigar os adolescentes infratores na Unidade Educacional de Internação (Unei) “Tia Aurora” de Três Lagoas. 

O novo prédio da Unei, construído no bairro Jardim Imperial, e inaugurado em dezembro de 2014, até hoje não entrou em funcionamento. A obra custou R$ 8 milhões e foi construída pelo governo do Estado com recursos da União.  Antes mesmo de entrar em funcionamento, a nova unidade terá que passar por reformas porque foi depredada, teve toda a fiação elétrica furtada, portas e janelas quebradas. 

O corregedor da Unei, o juiz da 1ª Vara Criminal de Três Lagoas, Rodrigo Pedrini Marcos, classificou essa situação como um descaso do poder público. “A Unei foi inaugurada a toque de caixa no apagar das luzes da antiga gestão. Nesse governo já conversamos com diversas autoridades da Secretaria de Segurança. Houve a promessa de que seria inaugurada no final do ano passado, mas não saiu do papel. É uma situação lamentável, de descaso com o poder público”, declarou o juiz.

Ainda segundo o magistrado, além da reforma,o prédio terá que passar por adaptações, pois do jeito que está pode ocasionar  fuga. “Não dá para entender a demora do Estado em concluir esse prédio, enquanto paga aluguel da antiga unidade, que chega a R$ 10 mil por mês e não atende a necessidade de ressocialização dos adolescentes”, disse.

Rodrigo Pedrini alertou que essa situação pode ser passível de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual, que pode cobrar do governo passado por que a unidade foi inaugurada a “toque de caixa”, e dos gestores atuais, que estão prorrogando os problemas e não procuram resolver. 

Ainda conforme o juiz, até agora o governo não fez um levantamento de quanto vai custar a reforma do novo prédio. “Enquanto isso vai se arrastando, paga-se um aluguel de R$ 10 mil em um prédio que foi adaptado e que só atende as necessidades de ressocialização devido ao trabalho dos agentes educacionais”, ressaltou.

Para Rodrigo Pedrini, a situação do local de internação dos menores infratores em Três Lagoas é muito mais complicada do que das unidades prisionais.

Enquanto isso, a unidade adaptada no bairro Parque São Carlos, que tem capacidade para 12 pessoas, abriga 14. A nova unidade terá capacidade para abrigar 70 adolescentes em conflito com a lei, em, Três Lagoas e outras cidades da região.

O governo do Estado já contratou a empresa para executar a reforma na nova unidade, mas não informou quando entrará em funcionamento.

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