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Lançada cartilha contra mudança de horário no MS

Intitulado "Mudança de Horário, se você é a favor, leia. Se você for contra, leia. Isso pode mudar sua vida", o material em formato de gibi

Por Redação
04/02/2009 • 14h58
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O Comitê Estadual pela Manutenção do Horário de Mato Grosso do Sul e o deputado estadual Paulo Duarte (PT) lançaram nesta quarta-feira, dia 4, a cartilha explicativa sobre as consequências de uma eventual mudança definitiva de horário em Mato Grosso do Sul. A solenidade aconteceu no Plenarinho da Assembléia Legislativa.

Intitulado "Mudança de Horário, se você é a favor, leia. Se você for contra, leia. Isso pode mudar sua vida", o material em formato de gibi traz dezesseis páginas onde o personagem Dr. Pontual explica em lnguagem acessível o ponto de vista de especialistas contrários à proposta de igualar o horário de Mato Grosso do Sul ao de Brasília, que está sendo analisada na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal.

Além do deputado, a iniciativa também conta com a participação do oncologista Adalberto Siufi, do psiquiatra José Carlos Rosa Pires, do cardiologista Luiz Ovando e do meteorologista Natálio Abrahão Filho.

O material será distribuído em consultórios médicos, hospitais, grêmios estudantis e demais sedes de associações e sindicatos de categorias que apóiam a manutenção do horário, como os professores, enfermeiros, padeiros e estudantes.

Para o deputado Paulo Duarte, o argumento de que o Estado crescerá economicamente com a mudança do horário não se sustenta. No caso específico do Acre que igualou o horário ao de Brasília no ano passado, os dados demonstram que o crescimento de ICMS verificado em 2008 foi de 13%, sete pontos percentuais a menos que o de Mato Grosso do Sul. O estado da região norte também apresentou o segundo pior desempenho no saldo de empregos.

Economista de formação, Paulo Duarte disse que nenhuma teoria econômica relaciona crescimento ao fuso horário. No caso dos Estados Unidos da América, cita ele, existem 6 fusos e nem por isso o governo do país pensa em combater a crise mudando horários.

Outro exemplo, é dos estados do nordeste brasileiro que têm o mesmo horário que o da região sudeste e Brasília e nem por isso são mais desenvolvidos que Mato Grosso do Sul.

O oncologista Adalberto Siufi disse que o movimento contra a mudança de horário já reuniu mais de 10 mil assinaturas em abaixo assinado. O cardiologista Luiz Ovando acredita que a sociedade deve apoiar a manutenção do horário existente para prevenir o aparecimento de doenças.

Já o psiquiatra José Carlos Rosa Pires comemorou a decisão do Conselho Municipal de Saúde de Campo Grande que declarou apoio a proposta do Comitê e disse que adiantar os relógios em uma hora permanentemente pode trazer sérios distúrbios cognitivos, aumentando casos como depressão e insônia.

O meteorologista Natálio Abrahão Filho afirma que a mudança poderá expor a população a uma incidência maior de raios ultra-violeta, responsáveis diretos pelo aparecimento de doenças como o câncer de pele.

O presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de MS (Fetems), Jaime teixeira, foi um dos representates classistas que prestou apoio à iniciativa e afirmou que 21 mil trabalhadores e 350 mil alunos da rede pública de ensino do Estado estarão engajados contra a mudança do horário.

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