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Ministério Público de São Paulo pede a prisão preventiva de Lula (atualizada)

Promotores dizem que depoimentos comprovariam que tríplex, em Guarujá , era “destinado” a Lula e sua família

Por Ana Cristina Santos
10/03/2016 • 18h25
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O Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo que investiga a suspeita de crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica relacionados ao tríplex 164-A do Edifício Solaris, no Guarujá (SP), segundo o jornal do Globo.

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (10), os promotores Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Moraes de Araújo do Ministério Público do Estado de São Paulo, no entanto, recusaram-se a confirmar se eles pediram a prisão do presidente na denúncia.

A juíza Maria Priscila Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, decidirá se decreta ou não a prisão de Lula e se torna réus outros 16 acusados pelo MP na ação. Não há um prazo definido para a decisão da Justiça.

Os promotores denunciaram o ex-presidente à Justiça paulista por lavagem de dinheiro – na modalidade ocultação de patrimônio – e falsidade ideológica. Segundo os promotores, dezenas de depoimentos foram colhidos, os quais comprovariam que o triplex, em Guarujá, era “destinado” a Lula e sua família.

“Aproximadamente duas dezenas de pessoas nos relataram que efetivamente aquele triplex do Guarujá era destinado ao ex-presidente Lula e sua família. Dentre essas pessoas figuravam funcionários do prédio, o zelador do prédio, a porteira do prédio, moradores do prédio, funcionário da OAS, ex-funcionário da OAS, o proprietário da empresa que fez a reforma naquele imóvel nos relatos que fez uma reunião para apresentar parte da reforma efetuada, com a presença da ex-primeira dama e de seu filho, além do senhor Léo Pinheiro”, disse o promotor Cassio Roberto Conserino.

Segundo os promotores, a ocultação do patrimônio só não se perpetuou porque a imprensa divulgou a situação.

ACUSAÇÕES

Os promotores apontaram diversas acusações contra o ex-presidente:

- uma gravação em vídeo em que Lula usa um palavrão para desqualificar o processo do Ministério Público contra ele;
- a mobilização de correligionários do PT para promover "tumultos e confusões generalizadas, com agressões a outras pessoas, com evidente cunho de tentar blindá-lo do alvo de investigações e de eventuais processos criminais, trazendo verdadeiro caos para o tão sofrido povo brasileiro";
- blindagem de "parceiros políticos", como o deputado Paulo Texeira (PT-SP), que levou denúncia contra um dos promotores à Corregedoria Geral do Ministério Público, com tentativa de retirá-lo do processo e
- agressões a jornalistas

Os promotores afirmam, ainda, que Lula "valeu-se de toda sua 'força político-partidária', ao convocar entrevista coletiva após ser conduzido coercitivamente para ser ouvido em etapa da Operação Lava Jato" e afimam ter havido "prova de sua capacidade de se valer de pessoas que ocupam até cargos públicos para defendê-lo, conquanto devessem se abster de fazê-lo", em citação direta ao empenho da presidente Dilma Rousseff no caso.

Os promotores também pedem a prisão do ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto e de mais quatro pessoas, que não inclui Marisa Letícia, mulher de Lula, e Fabio Luis, o Lulinha, filho do casal.

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