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Oposição protocola pedido para PGR investigar novas denúncias de Valério

Pedido de investigação protocolado nesta quarta toma como base o conteúdo do depoimento, revelado pelo "Estado de S. Paulo"

Por Redação
12/12/2012 • 19h00
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Deputados e senadores da oposição protocolaram na tarde desta quarta-feira (12), na Procuradoria-Geral da República (PGR), uma representação solicitando que a instituição investigue os fatos relatados por Marcos Valério Fernandes de Souza em depoimento prestado em setembro.

Reportagem publicada na edição desta terça (11) do jornal “O Estado de S. Paulo” revelou detalhes do depoimento do operador do esquema do mensalão. Na conversa de três horas e meia com os procuradores da República, Valério afirmou que teria pago despesas pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que teria sido ameaçado de morte.
 
Condenado a mais de 40 anos de prisão, Valério disse ainda que o ex-presidente deu o "ok" para os empréstimos dos bancos Rural e BMG para o PT com a finalidade de viabilizar o mensalão (pagamento a parlamentares para aprovar projetos de interesse do governo).
 
Em novembro, PSDB e PPS já haviam protocolado pedido de investigação assim que as primeiras notícias sobre o novo depoimento de Valério foram divulgadas. Nesta terça (11), PSDB e DEM cobraram acesso à íntegra do depoimento de Valério.
 
O pedido de investigação protocolado nesta quarta (12) toma como base o conteúdo do depoimento, revelado pelo "Estado de S. Paulo".  Compareceram à sede do Ministério Público em Brasília os senadores Agripino Maia (DEM-RN), Álvaro Dias (PSDB-PR), Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Vanderlei Macris (PSDB-SP).
 
Os parlamentares oposicionistas cobram a apuração da suposta participação de Lula com o esquema de compra de votos parlamentares em troca de apoio político no Congresso. No documento protocolado nesta tarde, os deputados e senadores de DEM, PPS e PSDB enfatizam que o principal ponto a ser esclarecido pelo MP é o suposto depósito feito por Valério na conta de um ex-assessor de Lula.
 
O operador do mensalão disse no depoimento, conforme o "Estado de S. Paulo", que ele teria repassado R$ 100 mil para despesas pessoais do ex-presidente, por meio da empresa Caso, de Freud Godoy, então assessor da Presidência da República.
 
A CPI dos Correios comprovou o recebimento de depósito de R$ 98,5 mil de Marcos Valério para a empresa Caso, segundo a reportagem do jornal. Ao investigar o mensalão, a CPI dos Correios detectou, em 2005, um pagamento feito pela SMPB, a agência de publicidade de Valério, à empresa de Godoy. O depósito foi feito, segundo dados do sigilo quebrado pela comissão, em 21 de janeiro de 2003.
 
Em viagem a Paris, onde participou nesta terça de um evento bilateral entre Brasil e França, o ex-presidente Lula não quis comentar as acusações feitas por Marcos Valério. "Não posso acreditar em mentiras", disse Lula após a abertura do Fórum pelo Progresso Social, conferência organizada pelo Instituto Lula e pela fundação francesa Jean Jaurès.
 
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), afirmou nesta terça que vai protocolar convite para que Marcos Valério dê explicações na Casa sobre o recente depoimento.
 
“Vamos criar o fato político no Congresso. Ouvir Marcos Valério é propor transparência, é colocar todo o fato à luz, para que a sociedade possa dele tomar conhecimento”, disse Álvaro Dias.
 
Nesta terça, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) classificou como “graves” as declarações de Marcos Valério e defendeu investigação pela Procuradoria-Geral da República.
 
“[São] graves, na direção daquilo que a imprensa já havia publicado. Cabe a meu ver a PGR analisar que procedimentos tomará em seguida, se há novos indícios que possam modificar sua posição”, disse.

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