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Persona: Júnior Mochi diz que PMDB quer manter prefeitura

Intenção é disputar a prefeitura 'em condições' de se manter no poder

Por Valdecir Cremon
30/01/2016 • 10h51
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A importância socioeconômica e política de Três Lagoas deve se evidenciar, neste ano, com a realização das eleições municipais. Pela primeira vez, desde a industrialização e a conquista de posição política ímpar no Estado, com dois deputados federais e uma senadora, Três Lagoas ocupa lugar destacado nos projetos de partidos. É nesta linha que o PMDB vai se esforçar para vencer as eleições. O presidente estadual da sigla e atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Júnior Mochi, diz que a intenção é disputar a prefeitura “em condições” de se manter no poder. 

Jornal do Povo - Ao menos dois partidos - PDT e PSDB - falam em quebrar a hegemonia de 24 anos de PMDB na Prefeitura de Três Lagoas. O que o seu partido acha disso?

Júnior Mochi - O PMDB, é claro, quer continuar dirigindo a Prefeitura de Três Lagoas, da mesma forma que quer vencer as eleições em todas as demais cidades do Estado. Vamos para as eleições com a intenção de disputa pelo apreço do eleitor.

JP - Qual a importância de Três Lagoas para o PMDB estadual?

Mochi - Três Lagoas é uma cidade importante em todos os aspectos - social, econômico e político, visto que possui dois deputados estaduais e uma senadora com base eleitoral na cidade. Isto pesa positivamente em favor da cidade.

JP - A industrialização da cidade pesa também para este esforço do PMDB porque é a cidade que mais cresce em Mato Grosso do Sul.

Mochi - Todos os fatores são importantes para nossas definições. É certo que Três Lagoas se destaca entre outras cidades também em virtude da industrialização, e isto se deve ao trabalho da prefeita Márcia [Moura] e de outros fatores e acontecimentos. Consideramos tudo isso e é importante para o PMDB ir para a disputa em condições de ganhar as eleições em Três Lagoas, assim como em todas as demais cidades.

JP - Significa que o partido lutará para ter um candidato próprio na cidade?

Mochi - Sem dúvida. É isto que o partido quer e como temos trabalhado para ocorrer em todas, ou ao menos, a maioria dos municípios. Contudo, nós sabemos respeitar as peculiaridades locais e, certamente, haverá municípios onde isso não será possível.

JP - Como isto será definido para as eleições?

Mochi - Estamos finalizando um levantamento, uma pesquisa, em cada cidade, para saber das condições de lançarmos candidatos próprios. Isto está sendo feito pelas lideranças locais e é por este caminho que vamos decidir a questão. Em Três Lagoas, esta função pertence ao deputado Eduardo Rocha, que é o presidente do diretório municipal e representante do partido para esta decisão.

JP- A direção estadual, portanto, não pretende interferir?

Mochi - Nós vamos respeitar as decisões dos diretórios de cada cidade, que vai definir como será a eleição em cada local de acordo com suas peculiaridades. O ex-governador André [Puccinelli] terá uma participação importante na campanha deste ano, mas a definição das candidaturas e eventuais coligações dependerão das condições de cada localidade. Vamos respeitar as decisões dos diretórios.

JP - Já há definições de nomes ou de prováveis candidatos em Três Lagoas?

Mochi - Como há um diagnóstico em andamento, não há definições. E isto, quem está encarregado de acompanhar e atuar nas definições é o deputado Eduardo Rocha.

JP - Sobre coligações, o PMDB ainda poderá lançar candidaturas com o PT, que sofre um grande desgaste por conta de denúncias e suspeitas em nível nacional?

Mochi - Pode, justamente porque é necessário manter e respeitar as condições políticas de cada cidade. Neste caso, as relações dos partidos em nível nacional não deve interferir a ponto de inviabilizar coligações. Em Rio Brilhante, por exemplo, o prefeito é do PMDB e o vice, do PT. E esta formação de chapa ainda pode ocorrer em outras cidades do Estado.

JP - Isto significa que o partido também estuda a possibilidade de coligações?

Mochi - O PMDB é um partido eminentemente  democrático, aberto a formação de coligações. Tudo isso depende das condições locais, de cada cidade, para a montagem de um programa de trabalho ideal.

JP - Ainda sobre a relação com o PT, qual sua posição sobre o possível impeachment da presidente Dilma Rousseff?

Mochi - Minha opinião é de que a presidente não tem mais condições administrativas e credibilidade para continuar no governo. Toda esta situação [de denúncias] desgastaram a imagem da presidente e ela não tem mais condições de tirar o país do fosso onde foi jogado.

JP - O senhor acredita na possibilidade do impeachment?

Mochi - Razão para isto acredito que há. Mas, o impeachment é um processo difícil, delicado. Acho difícil passar.

JP - Seu partido votará pelo impeachment?

Mochi - Acho que sim. Ao menos em parte, o PMDB deve votar pela saída da presidente. Embora, acho que ela deveria evitar tudo isso e, em uma apropriada autocrítica, deixar o poder e evitar o desgaste de ser impedida de prosseguir. 

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