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Quinze pessoas, entre empresários, políticos e servidores são presas

Ao todo, 28 mandados de busca e apreensão e 15 de prisão temporária foram cumpridos

Por Ana Cristina Santos
10/05/2016 • 15h52
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A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (10), 15 pessoas, entre empresários, políticos e servidores acusados de superfaturaram obras contratadas com a administração pública, fraudes em licitações e desvios de recursos públicos.

Foram presos: O ex-secretário estadual de Obras e ex-deputado federal, Edson Giroto, sua esposa, Rachel Giroto, os empresários João Alberto Amorim dos Santos- proprietário da Proteco Construções Ltda-, as filhas do empresário, - Ana Paula Amorim Dolzan, Ana Lúcia Amorim e Renata Amorim Agnoletto, além da secretária e sócia dele, Elza Cristina Araújo dos Santos.

Integram ainda a lista de presos, André Luiz Cance- ex-secretário adjunto da Secretaria Estadual de Fazenda-, os servidores Hélio Yudi Komiyama, Maria Vilma Casanova, e  Wilson Roberto Mariano  de Oliveira, e sua filha Mariane Mariano  de Oliveira, bem o empresário Flávio Henrique Garcia, Ana Cristina Pereira da Silva e Evaldo Furrer Matos.

As prisões são resultados das investigações da 2ª fase da Operação Lama Asfáltica- Fazendas de Lama- desencadeada nesta manhã pela Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Receita Federal.  As prisões temporárias tem validade de cinco dias.

Buscas e apreensões de documentos foram feitas na casa do ex- governador André Puccinelli (PMDB), que foi até a Superintendência da PF, mas não tinha mando de prisão contra ele. Puccinelli declarou à imprensa que não sabia do motivo da operação, mas que não tem o que esconder.

A 2ª fase da operação foi batizada de Fazendas de Lama, em referência a procedimentos utilizados pelos investigados na aquisição de propriedades rurais com recursos públicos desviados de contratos de obras públicas, fraudes em licitações e recebimento de propinas, resultando também em crimes de lavagem de dinheiro.

Segundo a PF, a organização criminosa especializada em desviar recursos públicos, inclusive federais, atua no ramo de pavimentação de rodovias, construções e prestação de serviços nas áreas de informática e gráfica. Os contratos sob investigação envolvem mais de R$ 2 bilhões.

De acordo com a PF, ao todo, 28 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão temporária, bem como 24 mandados de sequestro de bens de investigados seriam cumpridos, nos municípios de Campo Grande, Rio Negro, Curitiba (PR), Maringá (PR), Presidente Prudente (SP) e Tanabi (SP).

Durante a primeira fase da Operação, cujas investigações iniciaram-se em 2013, foi constatada a existência de um grupo que, por meio de empresas em nome próprio e de terceiros, superfaturaram obras contratadas com a administração pública, mediante a prática de corrupção de servidores públicos e fraudes a licitações, ocasionando desvios de recursos públicos.

Ainda segundo a PF, nesta fase, após a análise dos materiais apreendidos na primeira Operação Lama Asfáltica, novas fiscalizações realizadas pela CGU e Relatórios da Receita Federal, verificou-se fortes indícios da prática dos crimes de lavagem de dinheiro, inclusive decorrentes de desvio de recursos públicos federais e provenientes de corrupção passiva, com a utilização de mecanismos para ocultação de tais valores, como aquisição de bens em nome de terceiros e saques em espécie.
 

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