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Mato Grosso do Sul, 23 de abril

Catadores de recicláveis pedem verba e cesta básica

Vereadores reforçam reivindicações de cooperativa e apontam condições desumanas

Por Redação
28/03/2013 • 08h07
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O presidente da Câmara de Paranaíba, Paulo Borges Beviláqua (Bodinho-PPS) e os vereadores Heliomar Cangussú (Baixinho-PR) apresentaram indicação na sessão realizada na última segunda-feira propondo o fornecimento de cestas básicas aos catadores de materiais recicláveis. 

A Câmara aprovou também requerimento assinado pelos três vereadores solicitando esclarecimentos da Prefeitura sobre o programa de distribuição de alimentos. 

Segundo Cangussú, em janeiro a Prefeitura adquiriu 6 mil cestas básicas para o programa de assistência às famílias abaixo da linha de pobreza, mas os catadores de materiais recicláveis, considerados em situação de vulnerabilidade, foram excluídos da distribuição. Até o ano passado, os 20 catadores da Cooperativa Recicla Paranaíba (Corepa) recebiam o benefício.

Em entrevista ao RCN Notícias da Cultura FM 106,3, o vereador Heliomar Cangussú disse que visitou o local onde a cooperativa está instalada provisoriamente e constatou que os catadores trabalham em condição “desumana”, sem equipamentos de proteção, como calçados especiais (botas). 
A cooperativa ocupa uma área pública, que deveria ser usada como praça de esporte e lazer, na Cohab Santa Rita de Cássia, cedida pela Prefeitura. “Os catadores não estão pedindo nada além do necessário”, diz o vereador Baixinho.

Segundo a catadora Luzia Sandra Nogueira da Costa Awadi, a cooperativa passa por dificuldades e a ajuda financeira da Prefeitura, de R$ 3 mil por mês, é insuficiente para a subsistência dos cooperados, que complementam a renda com o material reciclável. 

A Prefeitura também fornece 60 litros de diesel, “muito pouco para a coleta seletiva”. Luzia disse que a ajuda financeira deveria ser de, no mínimo, R$ 10 mil. Parte da receita da cooperativa é consumida pelas despesas de manutenção do serviço de coleta. “Não queremos mais promessas, precisamos de ajuda concreta”, diz Sandra Awadi.

No início do mês, a agência do Banco do Brasil, por meio do programa Voluntário BB, desenvolvido por funcionários, doou um caminhão Effa JBC 3.2 Turbo para a cooperativa, que fazia a coleta seletiva com um Ford 4.000.

Para os vereadores, além da necessidade de ajuda financeira e das cestas básicas, os catadores precisam de um local definitivo para realizar o trabalho de reciclagem e uma das soluções seria a cessão de área no Distrito Industrial. Muitos terrenos destinados à instalação de empresas não tiveram a finalidade cumprida e, por isso, podem ser retomados pela Prefeitura. 

O vereador Baixinho lamentou que alguns terrenos doados estejam servindo para especulação imobiliária. “Temos informação de que uma área foi vendida por R$ 500 mil. Queremos apurar e vamos pedir o apoio do Ministério Público”.

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