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Mato Grosso do Sul, 28 de março

Frigorífico faz abate sanitário de gado apreendido pela Iagro

Bovinos alimentados com cama de aviário, que podem transmitir o mal da vaca louca, foram apreendidos há 3 meses

Por Camila Helem de Jesus/Jornal do Bolsão
01/12/2012 • 10h08
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Sob supervisão do Serviço de Inspeção Federal (SIF) o Frigorífico Sul (Frigosul) de Aparecida do Taboado fez o abate sanitário de 29 cabeças de gado que foram apreendidas em agosto pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal. Os animais estavam sendo alimentados com cama de aviário e foram encontrados em “estado caquético” em uma propriedade rural.

O inspetor da agência da Iagro em Aparecida do Taboado, Gustavo Michelan de Almeida, disse ao site Costa Leste News que a apreensão ocorreu após denúncia de maus-tratos à Polícia Militar Ambiental (PMA). A Iagro acabou flagrando o gado sendo alimentado com a chamada cama de aviário. “Imediatamente providenciamos a apreensão do rebanho, que na época somou 104 cabeças”, disse. O pecuarista foi multado em mais d R$ 140 mil.
Em casos como o registrado em Aparecida do Taboado, os animais apreendidos ficam com o proprietário, que passa à condição de “fiel depositário” até a conclusão do processo de notificação sanitária. O alimento (cama de aviário) passa por análise em um laboratório federal.
Segundo o inspetor da Iagro, o proprietário confirmou a morte de 75 das 104 cabeças apreendidas, devido ao estado caquético. “Ele nos entregou os brincos de identificação dos animais, que segundo ele não sobreviveram, sob condição de arcar com as consequências legais caso esteja faltando com a verdade”, disse o inspetor.
ABATE
O abate sanitário das 29 cabeças que restaram foi realizado com orientação do SIF e coordenação do médico veterinário José Gomes dos Santos. O trabalho durou cerca de 1h40 e foram envolvidos 53 funcionários no procedimento. O material proveniente do abate (carne e osso) foi destinado à graxaria, além de servir para fabricação de ração para aves. Como a ração é feita de proteína animal, não pode ser utilizada na alimentação de ruminantes. Outras partes, como olho (4,35 kg), cérebro (8,70 kg), amídalas (2,90 kg), porção do ílio (4,40) e a medula espinhal (1,74), que somaram 22,09 kg, foram incineradas, por serem considerados material de risco, que podem transmitir a encefalopatia espongiforme bovina, mais conhecida como doença da vaca louca.
Segundo o inspetor da Iagro, alimento composto por proteína animal não pode ser utilizado na alimentação de ruminantes porque se a reação estiver contaminada com a proteína Prion pode desenvolver a doença da vaca louca, tanto no rebanho quanto em seres humanos que se alimentarem da carne desses animais. “A doença da vaca louca foi descoberta na Europa, em especial no Reino Unido, e nunca foi registrado um caso no Brasil. Toda a preocupação da Iagro em combater a alimentação de bovino com cama de aviário é justamente para evitar que a doença ocorra no país”.

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