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Mato Grosso do Sul, 19 de abril

Greve, incêndio e transposição de peixes atrasaram usina

Eletrosul diz que obra de hidrelétrica não encalhou, apenas ajustou cronograma

Por Redação
03/04/2013 • 09h09
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As obras da Usina Hidrelétrica São Domingos, no rio Verde, entre Água Clara e Ribas do Rio Pardo, não foram concluídas no prazo previsto inicialmente, em razão de greve de operários, falta de mão de obra qualificada no setor da construção civil, incêndio criminoso em alojamentos de funcionários e embargo devido a projeto de transposição de peixes. 

As razões do atraso foram esclarecidas pela Eletrosul – Centrais Elétricas S.A. A diretoria da Eletrosul informou ao Jornal do Povo que não há risco de a usina ficar encalhada por problemas pontuais. O cronograma segue após sofrer ajustes em decorrência dos problemas no curso das obras. Com a energização da linha de transmissão no dia 16 de janeiro, a obra entra na fase pré-operacional, de acordo com a Eletrosul, ainda no primeiro semestre deste ano.

“A linha de transmissão 138 kV, que liga a Subestação Água Clara, pertencente à Enersul, à Subestação da Usina Hidrelétrica São Domingos foi energizada e entregue à operação, sendo conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN)”, informou a Eletrosul, apontando esse estágio como “um dos mais importantes marcos para a finalização das obras”, porque permite a realização dos primeiros testes de funcionamento na primeira unidade geradora da usina, com capacidade de 24 megawatts (MW).

A Agência de Regulação de Serviços Públicos (Agepan), consultada pelo Jornal do Povo, confirmou que há um processo em andamento por descumprimento de prazo, tendo sido expedida advertência à Eletrosul fato que foi confirmado pela própria empresa.

“O cronograma sofreu atraso devido a alguns incidentes ocorridos no canteiro de obras ainda no início das atividades, quando um incêndio criminoso destruiu alojamentos. Houve também um embargo da obra por causa de ajustes feitos em um mecanismo de transposição de peixes, greve de operários de empresas contratadas para execução da obra e falta de mão de obra qualificada, principalmente nos postos ligados à construção civil”, esclareceu a Eletrosul. “Não há problemas com recursos e não há risco de a obra se tornar inservível”, concluiu.

ATIVAÇÃO
A empresa, ainda no primeiro semestre deste ano, espera colocar a usina em plena operação. “A energização da linha foi uma importante etapa concluída e necessária para que comecem os testes em turbinas para dar início à geração. As próximas atividades previstas são testes e a energização das unidades geradoras”.

A Eletrosul informou que o orçamento da obra é da ordem de R$ 400 milhões, parte proveniente de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de recursos próprios.

O projeto prevê, ao final da obra, potência instalada de aproximadamente 48 MW, com capacidade de geração de 36,9 MW de energia por meio de duas turbinas. A barragem para formação do lago tem 32 metros. 

As unidades geradoras produzirão energia suficiente para atender a 550.695 habitantes, o que corresponde a 172.632 residências. A construção começou em 2009 e a previsão inicial era de ser inaugurada em setembro do ano passado. Para a Eletrosul, não é um atraso considerável, em razão dos eventos relacionados aos operários e às normas ambientais, como construção de mecanismo de transposição de peixes no período da Piracema.

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