RÁDIOS
Mato Grosso do Sul, 23 de abril

Índios de MS se reúnem com vice-procuradora-geral em Brasília

Um grupo de 170 índios ocupa 2 hectares (20 mil m²) de uma fazenda privada em Iguatemi (MS), a 466 km de Campo Grande, desde novembro de 2011, e teve sua retirada decretada pela Justiça

Por Redação
30/10/2012 • 14h48
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A vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat recebeu nesta segunda-feira (29), seis representantes dos índios guarany-kaiwá para tratar da situação da etnia em Mato Grosso do Sul.
 
Um grupo de 170 índios ocupa 2 hectares (20 mil m²) de uma fazenda privada em Iguatemi (MS), a 466 km de Campo Grande, desde novembro de 2011, e teve sua retirada decretada pela Justiça. Na quinta-feira (25), o Ministério Público Federal (MPF) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) recorreram da determinação da Justiça Federal de devolução da área.
 
 
Segundo informações do Ministério Público Federal, os índios entregaram nesta segunda uma carta afirmando que “a comunidade tem uma decisão de que não vai sair nem por bem e nem por mal”.
 
“Vamos lutar pela nossa terra até o último guerreiro”, diz ainda o texto. Os guarany-kaiwá também relataram que houve um suicídio e um estupro na comunidade.
 
Morte coletiva
 Em carta divulgada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no último dia 19, escrita pela comunidade da Terra Indígena Pyelito Kue, os índios pediam que a reintegração de posse não fosse feita e afirmaram que, se a Justiça Federal continuar com a decisão, isso decretaria sua “morte coletiva”.
 
A expressão chegou a ser interpretada como a possibilidade de este grupo cometer suicídio coletivamente. O Cimi, no entanto, explicou que a expressão se referia ao fato de que os indígenas pretendiam resistir juntos.
 
Nesta segunda, Deborah Duprat afirmou que é necessário definir se os índios têm ou não direito à terra. “É preciso que os estudos sejam concluídos. Eles não podem viver nessa situação de suspensão, de insegurança”, disse, segundo a assessoria de imprensa do MPF.
 
Para a vice-procuradora, “há uma reação enorme do setor dito produtivo de Mato Grosso do Sul, algo semelhante ao que aconteceu em Roraima há um tempo atrás. Chega a ensejar quase que um racismo institucional, o Estado colocando suas instituições contra os índios.”

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