RÁDIOS
Mato Grosso do Sul, 20 de abril

Nova composição pode ser decidida pela Justiça

Eleição de candidato processado por violência doméstica coloca dúvida funcionamento do órgão, em Três Lagoas

Por Valdecir Cremon
11/10/2019 • 08h12
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A eleição do coordenador do ginásio poliesportivo de Três Lagoas, José Alves Pereira Neto, para conselheiro tutelar gerou polêmica, nesta semana, após denúncia de um grupo de mães e da ex-mulher dele ao Ministério Público. O movimento Mães Unidas e Katrina Lorena Lima apontam que José Neto respondeu a processo por violência doméstica, em 2015,  e que isso contraria o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Katrina Lima acusa José Neto de agressão em processo que corre em segredo de Justiça, mesmo depois da retirada de uma denúncia, por ela, no mesmo ano.

O coordenador do Conselho Tutelar, Daniel Batista Rosa - primeiro suplente para o novo mandato do conselho -, anunciou na quarta-feira (9) que o órgão vai ingressar com denúncia na Justiça para tentar impedir a posse de José Neto. Daniel é primeiro suplente da nova formação do conselho. 

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A alegação, segundo ele, será baseada no artigo 133 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que exige “idoneidade moral” de candidatos.

Para Daniel Batista, a existência do processo e “do conhecimento público” do caso inviabiliza a posse. “A lei federal 8069, de 1990, prevê que o candidato tenha idoneidade, ou seja, que tenha comportamento social aprovado pela sociedade, e vejo que este não é o caso do candidato”, disse.

O candidato eleito reagiu. “Eu obtive certidão negativa da Justiça e consegui o registro da minha candidatura”, afirmou. A certidão é exigida pelo CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente) para registro de candidaturas às vagas do Conselho Tutelar. O mesmo documento foi enviado ao Ministério Público, em setembro, após denúncia contra João Neto chegar ao promotor José Roberto Tavares, da Vara da Infância e Juventude.

A presidente do CMDCA, Sandra Gonzales, disse que a candidatura dele foi regular e que considera o caso encerrado, como também afirmou o promotor Moisés Casaroto, que substitui José Roberto Tavares temporariamente. Daniel Batista disse, contudo, que o Conselho Tutelar é órgão independente e que a decisão de acionar a Justiça não tem ligação com outros órgãos. 

VOTOS

João Neto foi o quinto colocado na eleição, com 189 votos. Daniel Batista obteve 181. Os outros conselheiros eleitos são Fátima Bitencourt Lino, que recebeu 257 votos; Mirian Herrera (256), Monique Tosta (242) e Renildo Almeida de Souza, com 228, além de José Neto.

A posse dos eleitos será em janeiro. Cada um terá salário inicial de R$ 3,5 mil.

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