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Três Lagoas, 25 de abril

804 mulheres foram vítimas de violência só neste ano em Três Lagoas

Mulheres atacadas também podem denunciar agressores pelo programa Disk 180

Por Kelly Martins
07/08/2016 • 07h01
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A cada mês, 114 mulheres sofrem algum tipo de violência doméstica ou familiar, em Três Lagoas. Na maioria dos casos, o agressor é o marido, companheiro ou ex, segundo dados registrados pela Polícia Civil. Os casos são encaminhados para a Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), que registrou 804 boletins de ocorrência deste tipo, no período de janeiro a julho deste ano, o que corresponde a, média, de quatro mulheres agredidas por dia, no município. 

O número é considerado alto pelas autoridades de segurança da região. A delegada titular Letícia Mobis observa que, apesar do levantamento negativo, os registros refletem que as vítimas estão denunciando mais. De acordo com ela, a maioria dos casos é de lesão corporal, ameaça, agressão física e injúria.

“A quantidade de ocorrências é grande e percebemos que tem se mantido estável, entre 1.500 e 1.600 boletins por ano, o que faz com que Três Lagoas seja a terceira cidade de Mato Grosso do Sul com mais casos de violência contra  a mulher”, pontuou ao citar que Campo Grande e Dourados lideram a lista. 

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Ela avalia que isso é consequência de uma mudança de comportamento das mulheres vítimas de agressão, que passaram a procurar a delegacia no primeiro sinal de violência, ainda nos casos de ameaça e injúria.

Diferente do que ocorria no passado, agora as mulheres não podem mais retirar a denúncia contra o agressor. A delegada frisa ainda que este tipo de violência não tem característica específica e não escolhe classe social ou perfil de mulher.

A mesma situação seria para com o agressor. “Esses agressores não são aqueles que chamamos de ‘bandidos profissional’, não tem passagens por outros delitos. São aqueles homens comum que dirigem a violência a vítima. E essas vítimas são jovens, com idades de 20 a 35 anos”, concluiu a delegada. A pena aplicada no caso de lesão, de acordo com ela, é de três anos.  Em relação aos crimes de injúria e ameaças, a pena poder ser de seis meses a um ano.

DISK 180
Além das delegacias, mulheres atacadas também podem denunciar agressores pelo programa Disk 180, criado há seis anos para receber e encaminhar os casos para os locais solicitados.

MEDIDA PROTETIVA
Depois de ser aberto inquérito na Polícia Civil, o caso pode avançar para medida protetiva junto ao Poder Judiciário. Atualmente, cinco pedidos deste tipo , em média, são feitos pela Delegacia Especializada, em Três Lagoas, a cada mês.

Com a determinação judicial, por exemplo, o agressor pode ser impedido de se aproximar da vítima e até de permanecer no mesmo local que ela, como casa, trabalho, etc. (Kelly Martins)

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