Engana-se quem pensa que Mato Grosso do Sul descobriu  só agora  que sua grande riqueza sairá sempre do agronegócio. Desde muito antes de ter sua declaração como Estado, há 35 anos, MS já explorava a terra e obtinha dividendos do empenho de produtores rurais, especialmente pecuaristas. É verdade, porém, que o avanço da produção de grãos e a produção de celulose turbinaram a receita com a venda de “produtos da terra”. E isto se prova em inegáveis números da balança comercial sul-mato-grossense.

De acordo com dados do IBGE, em 2017 o setor agropecuário movimentou R$ 28,7 bilhões no Estado - exatamente 100% acima do que o governo estadual prevê arrecadar em impostos e em repasses oficiais neste ano. E não é só. Com a previsão de alta de 1,8% na produção de soja, neste ano, a oleaginosa terá receita bruta, sozinha, de R$ 9 bilhões. A venda de carne industrializada deve chegar a outros R$ 8 bi em 2018. O restante sairá da exportação de minério de ferro e celulose, além de outros produtos com menor peso na balança. 

A confirmação das previsões dará reflexos importantes em todos os setores da economia, com a ampliação de negócios que ficaram reféns da baixa produtividade do campo, por décadas, como a venda de máquinas agrícolas, de carros e de caminhões, que registrou elevação superior a 20% em janeiro. Da mesma maneira, a geração de empregos e a elevação da renda per capita são certeiras, como mostram números atuais. 

Não é a toa que o Estado é um dos poucos do país com folha de pagamento em dia, com investimentos mantidos e grandes oportunidades de trabalho, em diversos setores - a maioria ligada ao agronegócio. Em Três Lagoas, por exemplo, a produção de celulose abre vagas de emprego para profissionais de áreas variadas com elevada frequência. 

É uma prova incontestável de que a produção “da terra” põe MS na contramão de quase todo o país e - ainda - é sua grande fonte de riqueza.