RÁDIOS
Três Lagoas, 26 de abril

Além de fábrica, Eldorado coloca à venda florestas

Na mesma semana em que chilenos da empresa Arauco visitaram Três Lagoas, Fibria oficializou interesse na compra da Eldorado

Por Ana Cristina Santos
24/06/2017 • 09h00
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Além da fábrica de celulose instalada em Três Lagoas, a Eldorado Brasil pretende vender suas florestas para fazer frente a compromissos financeiros. Segundo o jornal Valor Econômico, com endividamento elevado, a companhia não dispõe de fôlego para tocar a operação e honrar dívidas somente com sua geração de caixa e poderia receber centenas de milhões de reais pelo ativo.

A venda das florestas, no entanto, pode se esbarrar no acordo de confidencialidade firmado entre J&F e a Arauco, anunciado na sexta-feira (16). A Arauco já teria oferecido R$ 11 bilhões pela aquisição da Eldorado. Nesta semana, uma comitiva de chilenos da Arauco visitou as instalações da Eldorado. No mesmo dia, o grupo Votorantim oficializou que está na disputa pela aquisição da fábrica, controlada pela J&F Investimentos e os fundos de pensão Funcef e Petrosc.  

A venda da fábrica pode estar prestes a se concretizar. Três empresas, a chilena Arauco, a Fibria e a Suzano, estão interessadas em comprar a unidade e aumentar suas produções de celulose.
Durante a visita da comitiva, uma bandeira do Chile foi hasteada no pátio da empresa. Para muitos, isso era um sinal de que a venda tinha se concretizado. Ainda não, pois é de praxe hastear a bandeira do país durante visita de comitivas estrangeiras.

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Segundo fontes de mercado, ouvidas pelo Valor Econômico, a Eldorado levou há duas semanas representantes da gestora canadense Brookfield para avaliar suas florestas na região de Três Lagoas e também as ofereceu para outros fundos florestais . Com o acordo de exclusividade para potencial venda da companhia, esses planos ficaram suspensos.  Em nota,  a Eldorado Brasil "afirma que não há nenhuma discussão em andamento para venda de suas florestas”.

Depois da delação premiada dos irmãos Weslley e Joesley Batista, o grupo J&F anunciou a venda de ativos para fazer caixa, pagar dívidas e manter crédito no mercado financeiro. Nesta semana, a JBS, maior empresa do grupo, anunciou também que fará um programa de desinvestimentos de R$ 6 bilhões. 

ARAUCO

A Arauco tem negócios em mais de 75 países, o que inclui fábricas no Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Espanha, Portugal e África do Sul. No Brasil, está situada em nove unidades, entre administrativas, industriais e florestais.
Neste ano, a empresa completou 40 anos de relações comerciais com a China, segunda maior economia do mundo após superar recentemente o Japão e liderar a região asiática.  A Arauco é a maior fornecedora de celulose para o mercado chinês-onde possui uma participação de mercado próxima 11%.

FIBRIA

A Fibria que vinha declarando a possível negociação como “rumores de mercado”, mudou o posicionamento nesta semana, e confirmou a intenção na aquisição da fábrica. “A Fibria, como líder mundial na produção de celulose de eucalipto, avalia e monitora constantemente oportunidades de crescimento por meio de aquisições de ativos estratégicos que agreguem valor para a companhia e contribuam para manter o seu papel de liderança no setor. A empresa informa que, apesar de interesse, até o momento, não se vinculou de forma alguma a uma operação de compra dos ativos da Eldorado Celulose”, diz a nota.

Não é de hoje que se comenta sobre a possibilidade de fusão da Fibria e da Eldorado Brasil, gigantes da celulose com fábricas em Três Lagoas, ou de compra uma da outra. No entanto, agora com a necessidade do grupo J&F em vender parte dos seus ativos, a Fibria poderá concretizar a compra e ter duas unidades em Três Lagoas.

Líder mundial na produção de celulose de eucalipto, a Fibria possui capacidade produtiva de 5,3 milhões de toneladas anuais de celulose, com fábricas localizadas em Três Lagoas, Aracruz (ES), Jacareí (SP) e Eunápolis (BA), onde mantém a Veracel em Joint-Operation com a Stora Enso. Em sociedade com a Cenibra, opera o único porto brasileiro especializado em embarque de celulose, Portocel (Aracruz, ES).

Matéria editada às 12 desta segunda-feira (26) para acréscimo de informações.

 

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