RÁDIOS
Três Lagoas, 20 de abril

Alerta e apoio são principais propostas de audiência pública

Profissionais e autoridades debateram tema e definiram algumas estratégias

Por Da redação
19/04/2018 • 13h17
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Divulgação de informações, conceitos e ainda o compromisso de novas proposituras e leis, assim pode ser definida a Audiência Pública sobre Bullying e Automutilação, realizada na noite de ontem, no Plenário, da Câmara Municipal de Três Lagoas.

A audiência, que foi uma propositura dos vereadores André Bittencourt e Marcus Bazé, atraiu muitos estudantes e profissionais da área da educação, e também, da saúde. O Plenário ficou com a lotação máxima, assim como o Salão de Eventos. E, o grande público permaneceu até mesmo após as palestras, para poder fazer perguntas e tirar dúvidas com as palestrantes.

Uma apresentação cultural também da Banda Spartan, da Escola Municipal Parque São Carlos, também marcou o evento. 

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Os temas em destaque mereceram atenção da Câmara, devido a quantidade de jovens que vem sofrendo com o Bullying, no ambiente escolar, que em muitos casos tem resultado na automutilação.

“Para muitos estudantes tem sido preferível lidar com a dor física do que suportar a dor emocional”, com esta fala a psicóloga Thalyta Cristina Camargo, uma das palestrantes, fez questão de exemplificar a situação que preocupa muito os profissionais da educação, desta forma. Ela fez uma apresentação, citando desde o histórico de registro do Bullying até as ações da Semec (Secretaria Municipal de Educação e Cultura), no combate e prevenção a prática, na rede municipal de ensino.

Foi justamente com o apoio da Semec que os vereadores se propuseram a discutir as duas questões. Além da psicóloga, a Secretaria também foi parceira do Legislativo Municipal, disponibilizando a assistente social Elizethe Aparecida da Silva para falar sobre a questão social, que envolve o Bullying e a automutilação.

A especialista Isabel de Lourdes Sousa Lopes também foi convidada a falar dos trabalhos da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, em atividades de prevenção diversas.

A coordenadora regional de educação, Marizete Bazé, que atua no Núcleo de Educação da rede estadual, em Três Lagoas, também participou da audiência. Ela falou que já houve alunos na rede estadual que tiraram a própria vida, talvez por falta de uma conversa.

Marizete ainda alertou que há muitas escolas onde os alunos sofrem Bullying e se automutilam, alertando que as famílias estão escassas e que é preciso estar atentos, porque é um grito de socorro.

Ao finalizar, a coordenadora falou que há muitos projetos em andamento e convidou todos para conhecê-los.

Representando o prefeito e a secretária municipal de Educação, o vice-prefeito, Paulo Salomão, falou da importância do debate, parabenizou os vereadores, pela iniciativa e afirmou que a administração municipal apoia a causa “Junto com as famílias, queremos acabar com este mal (Bullying) e ser referência, no Estado, no trabalho de combate e prevenção”, destacou.

O primeiro sargento Jefferson, que atua com alunos do 5º ano, dentro do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas), usou a tribuna para fazer um alerta sobre a influência da internet, também no que se refere ao Bullying.

Palestras

O principal foco nas palestras e o objetivo proposto pelos vereadores foi fazer um alerta.

Thalyta frisou que mesmo que seja para chamar a atenção - na visão de muitas pessoas, até mesmo familiares - é preciso intervir, estar atento, que Bullying é um problema de todos.

Entre os pontos que ela fez questão de destacar, durante a palestra, está o fato da vítima vir a ser um possível agressor (maior preocupação dos estudiosos do assunto) e o Bullying virar uma epidemia. “Nós estamos aqui, para tomarmos consciência disso, para nos sensibilizarmos e não deixarmos que cada vez isso se torne maior”, ressaltou a psicóloga.

A definição, tipos, personagens, possíveis causas e até mesmo o suicídio foram abordados pela profissional.

A Assistente Social Elizethe chamou atenção para o cuidado em acolher estes estudantes que estão sofrendo com toda esta violência dentro da escola, ela ainda ponderou sobre o papel das famílias, pois é um problema de todos.

“Olhem para esses jovens amparem, abraçem e permitam que eles falem de toda a situação, do que eles estão sentido. É preciso que não se acredite no empobrecimento das relações”, destacou Elizethe.

A assistente social ainda aproveitou para pedir aos vereadores respaldo, a partir de Políticas Públicas, para que a Semec consiga mais apoio para encaminhamentos.

Neste sentido, os vereadores se comprometeram a formalizar proposituras, falaram em união de forças e até mesmo criação de um grupo gestor. “Vamos propor, por meio de indicação e requerimento, que a Semec faça parceria com a Secretaria Estadual de Educação, buscando experiência e mais conhecimento”, informou Marcus Bazé.

O vereador ainda pediu as técnicas da Educação Municipal que pensem em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, para que medidas prioritárias, de atendimento as vítimas, sejam viabilizadas.

“As informações nos dão um Norte. Bom saber que há pessoas que já atuam nisso. Vamos adequar à situação. Houve intenção muito grande, para caminhar e permitir Políticas Públicas, no que se refere ao Bullying. Já temos um parâmetro. O mais importante é todos num caminho só”, frisou o presidente da Câmara, André Bittencourt.

Com a participação do público, a audiência ainda resultou em propostas como: protocolo de registro de casos; mais supervisores nas escolas;e, principalmente, mais profissionais da saúde para atendimento e apoio psicológico dos estudantes e seus familiares.

Atualmente, a rede estadual, faz um atendimento na parte clínica (saúde) para 25 famílias, na escola Jomap, com a ajuda de quatro psicólogos voluntários.

O mesmo ocorre na rede municipal de ensino, que conta apenas com uma psicóloga e uma assistente social, dentro de uma demanda de 15 mil alunos matriculados.

“A Audiência atingiu seu objetivo, quem sabe teremos outras e quem sabe um Fórum permanente”, finalizou Bittencourt.

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