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Três Lagoas, 26 de abril

ALL promete evitar manobras de trens em horários de pico

Empresa diz que buzina é procedimento internacional e continuará sendo acionada de acordo com norma de operação ferroviária

Por Redação
31/08/2012 • 15h37
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A América Latina Logística (ALL) promete evitar manobras de trens em horários de pico, para minimizar os problemas causados ao trânsito em razão da interdição das passagens de nível.  A empresa, questionada pela reportagem do Jornal do Povo, admitiu que a ferrovia gera transtornos e concorda que a solução só deve vir mesmo após a conclusão das obras do contorno ferroviário.

“As manobras são necessárias para movimentação de carga na região, até a conclusão da construção de um contorno ferroviário de 12,4 quilômetros visto que houve um crescimento urbano no entorno da ferrovia. A ALL estuda ajustes em sua operação, para minimizar o tempo de manobra e evitá-la em horários de pico”.

Para a ALL, os transtornos da circulação de trens aumentaram na proporção do crescimento urbano da cidade no entorno da ferrovia e também com o aumento do volume das operações do transporte ferroviário.

“O volume cresce tanto na exportação Bolívia e Santos como nos fluxos de mercado interno. A quantidade de trens aumenta consideravelmente, desde que a ALL assumiu a malha (2007), o que resulta no crescimento de 76% em volume do fluxo de cargas transportadas. A empresa carrega hoje, aproximadamente 85 mil toneladas de celulose para o porto de Santos”, informou a empresa ao Jornal do Povo.

BUZINA

De acordo com a ALL, os maquinistas utilizam a buzina seguindo um “procedimento internacional de segurança” praticado por ferrovias do mundo inteiro, apontado que no Brasil a norma 215 do Regulamento Geral de Operação Ferroviária, diz que “deve-se tocar a buzina da locomotiva antes de iniciar a movimentação, ao se aproximar de túneis, viadutos ou de uma passagem de nível”.

A empresa diz que no caso das passagens de nível, mesmo estando próxima de hospital, “deve-se começar  tocar a buzina com suficiente antecedência para que produza o efeito de advertência desejado, não menos de 200 metros antes de chegar à passagem de nível. Deve-se continuar tocando a buzina até que o cruzamento esteja ocupado pelo trem. Em outras circunstâncias, quando for necessário, deve-se tocar a buzina como sinal de advertência. O apito também precisa ser utilizado quando as condições climáticas afetam a boa visibilidade”.

A ALL diz que a buzina é “instrumento imprescindível”, apontando que “são poucos os motoristas que cumprem a lei de trânsito e param antes” dos cruzamentos, por isso, a buzina passa a ser um instrumento imprescindível na passagem do trem. O barulho faz-se necessário quando o que está em risco é a vida.

“De acordo com o Código Nacional de Trânsito (Artigo 212), a linha férrea é sempre preferencial, sendo considerada infração gravíssima transpô-la sem parar. Isto deve-se ao fato de que o trem, ao contrário dos demais veículos, precisa de até um quilômetro para parar totalmente, mesmo após o maquinista acionar os  freios”, diz a ALL em nota enviada ao Jornal do Povo.

CANCELAS

Em relação a instalação de dispositivos de segurança, como cancelas, ou construção de passarelas nas passagens de nível da ferrovia, a ALL diz que as intervenções físicas não são de responsabilidade da empresa. 

A ALL cita regulamento de transportes rodoviários, segundo o qual “o responsável pela execução da via mais recente  assumirá todos os encargos decorrentes da construção e manutenção das  obras e instalações necessárias ao cruzamento, bem como pela segurança da  circulação  no local”. Assim, considerando que a linha férrea é anterior a instalação do cruzamento, a responsabilidade seria da administração municipal.

Apesar da responsabilidade ser da prefeitura, a AL informou que reforça a sinalização nos cruzamentos mais movimentados e prioriza os investimentos na “sinalização passiva”, ou seja, placas e redutores de velocidade instalados no solo, “uma vez que a sinalização ativa (cancelas  e demais equipamentos eletrônicos) sofrem constante  ação  de  vândalos  e até  mesmo  de  furtos  tornando-se pouco confiáveis”.

A empresa diz que desenvolve campanhas educativas de segurança junto aos motoristas e pedestres em cruzamentos com a linha férrea e distribuiu panfletos que alertam sobre os cuidados necessários ao cruzar a linha do trem.
 

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