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Três Lagoas, 25 de abril

ALL promete evitar manobras de trens em horários de pico

Medida minimizará os problemas causados ao trânsito em razão da interdição das passagens de nível

Por Danilo Fiuza
01/09/2012 • 07h57
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A América Latina Logística (ALL) promete evitar manobras de trens em horários de pico para minimizar os problemas causados ao trânsito em razão da interdição das passagens de nível.  A empresa, questionada pela reportagem do Jornal do Povo, admitiu que a ferrovia gera transtornos e concorda que a solução só deve vir mesmo após a conclusão das obras do contorno ferroviário.

“As manobras são necessárias para movimentação de cargas na região, até a conclusão da construção de um contorno ferroviário de 12,4 quilômetros, visto que houve um crescimento urbano no entorno da ferrovia. A ALL estuda ajustes em sua operação, para minimizar o tempo de manobra e evitá-la em horários de pico.”

Para a ALL, os transtornos da circulação de trens aumentaram na proporção do crescimento urbano da cidade no entorno da ferrovia e também com o aumento do volume das operações do transporte ferroviário.

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“O volume cresce tanto na exportação no trecho entre a Bolívia e Santos como nos fluxos de mercado interno. A quantidade de trens aumenta consideravelmente, desde que a ALL assumiu a malha (2007), o que resulta no crescimento de 76% em volume do fluxo de cargas transportadas. A empresa carrega, hoje, aproximadamente 85 mil toneladas de celulose para o porto de Santos”, informou a empresa ao Jornal do Povo.

BUZINA
De acordo com a ALL, os maquinistas utilizam a buzina seguindo um “procedimento internacional de segurança” praticado por ferrovias do mundo inteiro. No Brasil, a norma 215 do Regulamento Geral de Operação Ferroviária diz que “deve-se tocar a buzina da locomotiva antes de iniciar a movimentação, ao se aproximar de túneis, viadutos ou de uma passagem de nível.”

A empresa diz que no caso das passagens de nível, mesmo estando próxima de hospitais, “deve-se começar a tocar a buzina com suficiente antecedência para que se produza o efeito de advertência desejado, não menos de 200 metros antes de chegar à passagem de nível. Deve-se continuar tocando a buzina até que o cruzamento esteja ocupado pelo trem. Em outras circunstâncias, quando for necessário, deve-se tocar a buzina como sinal de advertência. O apito também precisa ser utilizado quando as condições climáticas afetam a boa visibilidade.”

A ALL diz que a buzina é “instrumento imprescindível” e informa que “são poucos os motoristas que cumprem a lei de trânsito e param antes” dos cruzamentos, por isso, a buzina passa a ser um instrumento imprescindível na passagem do trem. O barulho faz-se necessário quando o que está em risco é a vida.
“De acordo com o Código Nacional de Trânsito (Artigo 212), a linha férrea é sempre preferencial, sendo considerada infração gravíssima transpô-la sem parar. Isso se deve ao fato de que o trem, ao contrário dos demais veículos, precisa de até um quilômetro para parar totalmente, mesmo após o maquinista acionar os  freios”, diz a ALL, em nota enviada ao Jornal do Povo.

Empresa diz que instalação de cancelas é inócua para segurança

Em relação à instalação de dispositivos de segurança, como cancelas ou construção de passarelas nas passagens de nível da ferrovia, a ALL diz que as intervenções físicas não são de responsabilidade da empresa. 

A ALL cita regulamento de transportes rodoviários, segundo o qual “o responsável pela execução da via mais recente assumirá todos os encargos decorrentes da construção e manutenção das obras e instalações necessárias ao cruzamento, bem como pela segurança da circulação  no local”. Assim, considerando que a linha férrea é anterior à instalação do cruzamento, a responsabilidade seria da administração municipal.

Apesar de a responsabilidade ser da prefeitura, a ALL informou que reforça a sinalização nos cruzamentos mais movimentados e prioriza os investimentos na “sinalização passiva”, ou seja, placas e redutores de velocidade instalados no solo, “uma vez que a sinalização ativa (cancelas e demais equipamentos eletrônicos) sofrem constante  ação  de  vândalos  e até  mesmo  de  furtos  tornando-se pouco confiáveis.”

A empresa diz que desenvolve campanhas educativas de segurança junto aos motoristas e pedestres em cruzamentos com a linha férrea e distribuiu panfletos que alertam sobre os cuidados necessários ao cruzar a linha do trem.

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