RÁDIOS
Três Lagoas, 24 de abril

Aumenta o número de famílias em situação de extrema pobreza na cidade

Atualmente, Três Lagoas tem 5,3 mil famílias que sobrevivem do Bolsa Família, com renda per capita de até R$ 85 por mês

Por Ana Cristina Santos
14/04/2018 • 09h34
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O número de famílias em situação de extrema pobreza aumentou em Três Lagoas. Até o início de novembro do ano passado, 2,9 mil famílias estavam nesta relação. Agora, são 5,3 mil. Segundo a secretária de Assistência Social, Vera Helena Arcioli Pinho, esse aumento deve-se as famílias que fizeram o cadastro e recadastramento, mas também devido ao número de pessoas desempregadas na cidade, bem como de outras que vieram para Três Lagoas em busca de oportunidades. 

A cidade tem atualmente 17,8 mil famílias inscritas no Cadastro Único do Governo Federal, que dá acesso a mais de 20 programas sociais, como Minha Casa, Minha Vida, Tarifa Social de Energia Elétrica, o Bolsa Família, entre outros, dedicados a famílias de baixa renda.

Desse total, 5.890 recebem o Bolsa Família, conforme dados atualizados até março deste ano. Dessas, 5,3 mil são famílias em situação de extrema pobreza - aquelas com renda mensal per capita de até R$ 85. Por exemplo, uma família com quatro pessoas, a renda seria de R$ 340.

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“Realmente tivemos um aumento muito grande. Isso devido à crise, desemprego que é imenso em todo o Brasil e, em Três Lagoas, não é diferente, apesar de estarmos em uma situação um pouco mais privilegiada, mas o desemprego também é muito grande. Além disso, muitas famílias estão vindo para Três Lagoas com o sonho de que a aqui tem emprego, e não é essa realidade”, destacou a secretária de Assistência Social.

EXEMPLO
A dona de casa Leonarda de Souza Goes está há seis meses em Três Lagoas. Ela veio de uma aldeia indígena do município de Bodoquena, com o esposo e a filha de 13 anos em busca de melhores condições de vida na cidade. Mas, o marido até hoje não conseguiu um emprego. A família sobrevive com uma renda de R$ 39 do Bolsa Família e com dinheiro de “bicos” que o marido faz como  pedreiro.

“O dinheiro não dá para fazer quase nada, só dá para comprar um pãozinho, nem um calçado, o material da minha filha dá para comprar. Eu creio que vai subir esse ganhozinho, daí vai dar pra gente sobreviver. Espero que meu marido consiga um emprego para ajudar na casa”, disse Leonarda, que mora com o marido e a filha em um barraco construído no loteamento Jardim Primavera, na saída da cidade para Campo Grande. No local, foram erguidos vários barracos por famílias que alegam não ter como pagar aluguel. A área foi destinada a 147 famílias cadastradas em um movimento de moradia popular e que aguardam a entrega de kits para construir as casas.

Outra área na saída para Brasilândia também está ocupada por famílias que alegam não ter condições de pagar aluguel. 

APOIO
Segundo Vera Helena, a Secretaria de Assistência Social faz um acompanhamento diário das famílias que recebem os benefícios sociais. Em alguns casos, as famílias recebem um kit emergencial por um período. Ainda de acordo com a secretária, o município tem os projetos sociais que prestam atendimento a essas famílias. 

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