RÁDIOS
Três Lagoas, 28 de março

Aumento de produtividade é uma necessidade no cenário florestal

Investir em novas tecnologias de plantios para aumentar a produtividade é uma tendência irreversível também para o setor

Por Otávio Neto
15/05/2017 • 16h55
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Assim como acontece na lavoura e na pecuária onde para aumentar a produtividade e o ganho por hectare é preciso investir em novas tecnologias, os produtores que decidiram investir no plantio de floresta de eucalipto terão de se adequar à realidade do setor que até bem pouco tempo se mostrava como a grande alternativa econômica à quem dispunha de terra para plantio. Os estudos e as tendências do mercado começam a indicar que será preciso produzir mais em menos espaço para manter as perspectivas de ganho com a exploração da madeira. Com quase um milhão de hectares plantados, o Mato Grosso do Sul pode estar chegando no limite de área plantada não por falta de espaço, mas sim pelo excesso de oferta do produto. Tem muito eucalipto sendo oferecido no mercado e isso deve se tornar um limitador à essa alternativa que já mudou o comportamento e a realidade econômica de cidades inteiras.

O consumo por papel no mundo é crescente e neste cenário, o Brasil tem registrado um crescimento constante e a consolidação de sua importância no contexto mundial, em termos de produção de celulose e papel. Dados recentes mostram que o Brasil é hoje o 4º maior produtor mundial de celulose e o 11º maior produtor de papel e papelão. Mato Grosso do Sul conta atualmente com 920 mil hectares de plantação de eucalipto. A projeção da Reflore-MS e Famasul é de que o Estado chegue a 1 milhão de hectares até o fim do ano – nos últimos 10 anos o crescimento médio da área plantada de florestas em Mato Grosso do Sul foi de 22%, segundo o Ibá, (Indústria Brasileira de Árvores).

Em 2012, os investimentos do segmento florestal no Estado totalizaram R$ 830 milhões, incluindo investimentos industriais, implantação de plantios florestais e melhoria de infraestrutura de apoio. Os investimentos previstos para o período de 2014-2025 estão estimados em R$ 20 bilhões, contemplando instalação e expansão de unidades industriais e estabelecimento de plantios florestais no estado.

Apesar das boas perspectivas, o mercado vem reagindo de forma lenta e o cenário chega a ser desanimador. Pelo menos essa é a percepção da Reflore, A Associação dos Produtores e Consumidores de Florestas de Mato Grosso do Sul. O motivo dessa retração seria a paralisação da indústria e do mercado siderúrgico no país devido a grave crise econômica que alterou a rotina e o consumo do brasileiro. Essa retração derrubou o preço do metro cúbico da madeira em pé. De acordo com a Reflore, os produtores poderiam estar comercializando o produto à até R$ 60 reais o metro cúbico, mas atualmente esse valor não passa dos R$ 50,00. Em alguns casos, essa realidade não é suficiente para cobrir os custos de produção da área plantada. 

SUSTENTABILIDADE

Para se ter uma ideia da dimensão e da importância desse cenário, só para o abastecimento do Projeto Horizonte 2 da Fíbria, serão necessários 187 mil hectares de florestas plantadas em áreas próprias, arrendamento e parcerias. A empresa já conta, hoje, com excedente de 132 mil hectares plantados ou sob contratos de plantio, e estuda todas as possibilidades e avaliar as questões de distância, produtividade da área, entre outros quesitos.  A base florestal da Fibria é formada por raio médio de 100 quilômetros da floresta à fábrica, o que confere diferencial competitivo, e ganho ambiental no transporte de madeira. 

MAIS OU MENOS

A empresa que tem sede em Três Lagoas, tem como meta de longo prazo reduzir em um terço a área necessária para a produção de celulose aumentando a produtividade de 10 toneladas de celulose/hectare/ano, em 2011, para 15 toneladas/hectare/ano, em 2025, por meio de técnicas convencionais de melhoramento genético, melhoria da gestão florestal e aumento da produtividade industrial. A proposta é produzir mais em menos espaço.

Nesse contexto, a Fibria orienta e incentiva o múltiplo uso das florestas plantadas de eucalipto, a diversificação das atividades agrícolas, a geração de renda em regiões onde a Fibria atua e, principalmente, a qualidade de vida das pessoas inseridas nesse contexto. Dentre as principais iniciativas da empresa, está o Programa Colmeias e o Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial (PDRT). Programas que são fortalecidas por meio de outras empresas parcerias que apoiam o desenvolvimento social e econômico das comunidades. No Mato Grosso do Sul, atualmente o programa beneficia mais 900 famílias. Com a segunda linha de produção da Fibria em Três Lagoas, o programa irá ampliar sua atuação. 

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