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Três Lagoas, 26 de abril

Autoridades debatem viabilidade de um porto seco em TL

Cerca de 50% de toda importações do Estado tem como destino Três Lagoas

Por Arthur Freire/JP
14/12/2012 • 07h21
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Foi realizado na manhã de quinta-feira (13), no Centro Cultural Irene Marques Alexandria, com a presença da prefeita Márcia Moura, um debate sobre a viabilidade de implantar em Três Lagoas um Porto Seco, também conhecido como Estação Aduaneira Interior (EADI). O empreendimento visa agilizar todo o processo de logística das indústrias e demais empresas instaladas na cidade, com a fiscalização e respectiva cobrança aduaneira ocorrendo localmente, evitando, assim, a burocracia e demais trâmites que atrasam os processos para liberação no porto de Santos.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do município, Marco Garcia, cerca de 50% de toda importações do Estado tem como destino Três Lagoas. Ele discursou apresentando os números e fatos que comprovam a necessidade de Três Lagoas receber um Porto Seco. Entre eles, a grande quantidade de empresas instaladas ou em fase de implantação no município. Atualmente, a cidade possui quase três mil empresas instaladas - 54 delas, indústrias de grande e médio porte. 

 “Nós acreditamos em nosso potencial. Somos a região mais propícia do Estado para receber um Porto Seco”, afirmou o secretário durante a apresentação, que ainda destacou que o setor têxtil é um dos que mais necessitam do porto. “Em Três Lagoas, existe um fluxo muito grande de produtos importados para abastecer as indústrias, como matéria-prima e maquinário, daí a necessidade de possuirmos o mais rápido possível um Porto Seco”, disse o secretário, que também destacou que a quantidade de importações em Três Lagoas já é maior se comparado aos municípios de Bauru e São José do Rio Preto, ambos no interior de São Paulo, municípios com portos secos mais próximos da cidade.

Para defender a importância do empreendimento, o secretário lembrou ainda que, das 50 transportadoras existentes na cidade, 29 estão em Três Lagoas.

A prefeita Márcia Moura (PMDB) declarou que o Porto Seco na cidade vai ao encontro do plano de desenvolvimento da logística nacional. “Três Lagoas é o polo industrial do Mato Grosso do Sul, e o plano de um Porto Seco aqui iria diminuir o gargalo dos demais portos do país”, disse.

BUROCRACIA
Presente ao evento, estava também o Superintendenteda Receita Federal do Brasil na 1ª Região Fiscal, o auditor-fiscal José Oleskovicz. O auditor declarou aos presentes que considera “espetacular” o desenvolvimento da cidade, mas que não pode empenhar sua palavra sobre o Porto Seco por conta dos trâmites burocráticos que são realizados no Congresso Nacional em Brasília, que irão avaliar a necessidade ou não do Porto Seco, mediante um estudo de uma empresa especializada. “Sei que os órgãos públicos, a burocracia e outras questões atrapalham o processo, mas é necessário fazer um estudo sério, por pessoas competentes que justifiquem a instalação do Porto Seco na cidade, que será bom para todo o Estado”, disse José Olesckovicz.

O Porto seco ou EADI é um terminal intermodal terrestre ligado, diretamente, por estrada, linha férrea, com capacidade para armazenar a mercadoria do importador pelo período que este desejar, em regime de suspensão de impostos. O mesmo pode acontecer na exportação. Com o uso do sistema, as mercadorias exportadas chegam aos portos marítimos prontas para o embarque, enquanto que no caso das importações pode-se tirar as mercadorias dos portos marítimos, onde a armazenagem tem alto custo, mais cedo.

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