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Três Lagoas, 19 de abril

Bancos enfrentam fiscalização do Procon e greve

Na manhã de ontem, funcionários do Procon iniciaram um trabalho de fiscalização nas agências bancárias de Três Lagoas, a fim de constatar o cumprimento da lei que determina o tempo em que os clientes devem permanecer nas filas dos bancos.

Por Cláudio Pereira
18/09/2012 • 07h29
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Na manhã de ontem, funcionários do Procon iniciaram um trabalho de fiscalização nas agências bancárias de Três Lagoas, a fim de constatar o cumprimento da lei que determina o tempo em que os clientes devem permanecer nas filas dos bancos. Segundo a diretora do Procon, Lilian Campos, a princípio, o trabalho foi para fazer o auto de constatação do tempo em que as pessoas aguardam para ser atendidas e a maneira com que é feito o procedimento.

Durante o pouco tempo em que estiveram na Caixa Econômica Federal, as funcionárias do órgão constataram que as pessoas não eram atendidas dentro do prazo estabelecido pela lei, que prevê atendimento em 15 minutos em dias normais. Em dias de pagamento dos funcionários públicos, a lei prevê que o tempo seja ampliado para 18 minutos e, após feriados prolongados, para 20 minutos.

Outra constatação feita pelo Procon é que nas senhas distribuídas na Caixa Econômica Federal não consta o horário da entrada do cliente na agência. Entretanto, a lei municipal 1.961 de 2005, que regulamenta o tempo de espera para o atendimento bancário, prevê que os bancos distribuam senhas numeradas, datadas e com a hora exata da entrada do cliente no estabelecimento e de atendimento junto ao caixa.

Apesar dessas irregularidades, a diretora do Procon informou que a fiscalização inicial servirá como advertência, mas, dentro de 10 dias, se as agências não se adequarem ao cumprimento da legislação, o órgão passará a autuar. A lei prevê que em caso de reincidência, a multa é de 200 Ufirs (Unidades Fiscais de Referência) por pessoa. O valor pode aumentar para 400 Ufirs quando houver a quinta reincidência, bem como a suspensão do alvará de funcionamento da agência. “Não existe nada pior do que as pessoas ficarem tanto tempo na fila. Os bancos ignoram a lei, por isso é importante que os clientes procurem os seus direitos, indo ao Procon registrar a sua reclamação”, destacou Lilian Campos.

Mesmo após a primeira quinzena do mês, ontem, as filas nas agências bancárias de Três Lagoas ainda eram grandes. Isso mostra que a superlotação nos bancos vem ocorrendo não apenas em período de pagamento. No período da manhã, o Itaú e a Caixa Econômica Federal eram as agências mais movimentadas.

Na fila, aguardando para ser atendido, o montador de andaimes Cleydson Batista disse que é de extrema importância o trabalho de fiscalização nos bacos, já que o atendimento tem sido muito demorado. A vendedora autônoma Jucimar Dantas também se mostrou a favor da fiscalização do Procon. “Tomara que a lei seja cumprida. É um absurdo ficar tanto tempo na fila. A cidade cresceu, mas os bancos não acompanharam esse crescimento”, frisou.

Para o operador de máquina, Edvaldo Rodrigues Souza, seria ótimo se a lei fosse seguida pelos bancos, mas, em sua opinião, dificilmente será cumprida. “O número de bancos em Três Lagoas e a estrutura existente nas agências não comportam a quantidade de usuários na cidade para fazer um atendimento rápido”, comentou.

GREVE

Tem início hoje em várias cidades do país, inclusive em Três Lagoas, o movimento de greve para suspender o atendimento nas agências bancárias. Pela manhã, os representantes do Sindicato dos Bancários estarão percorrendo os bancos, afixando cartazes e faixas informando sobre a greve.

De acordo com a presidente do sindicato, Thelma Regina Canisso, a intenção é conseguir a adesão dos funcionários de todas as agências bancárias. “Em assembleia realizada na semana passada, a votação foi pela greve. Na Caixa Econômica Federal, já está certo o fechamento. Vamos percorrer as demais para conseguirmos a adesão de todos os bancos”, frisou.

Thelma comentou que em todo início de greve existe certo receio por parte de alguns funcionários, mas com o passar dos dias e com o fortalecimento da greve eles acabam aderindo ao movimento. O trabalho de mobilização em frente às agências bancárias será realizado por 15 representantes do sindicato.

Os bancários reivindicam um reajuste salarial de 10,25% - 5% de aumento real, além da inflação projetada de 5%. Entretanto, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu apenas 6%. A categoria cobra ainda uma maior participação na PLR (Participação de Lucros e Resultados), bem como vale-alimentação e refeição no valor de um salário mínimo (R$ 622); Plano de Cargos e Carreiras para todos os bancários; cumprimento da jornada de trabalho de seis horas, entre outras reivindicações.

De acordo com Thelma, além de melhorias salariais, a categoria reivindica também a contratação de mais bancários, melhores condições de trabalho, assim como a abertura de novas agências bancárias.
 

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