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Três Lagoas, 26 de abril

Com incidência elevada, Três Lagoas trata 20 moradores contra Hanseníase

Informação falsa de que doença foi erradicada em todo o mundo atrapalha prevenção e combate, avalia dermatologista

Por Tatiane Simon
13/01/2019 • 07h30
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A alta incidência de casos positivos preocupa profissionais da saúde ligados ao Programa de Controle da Hanseníase e da Tuberculose em Três Lagoas. Segundo a dermatologista e coordenadora do programa, Maria Angélia Gorga, a incidência da enfermidade no país é de 12,5 casos para cada 100 mil habitantes. "Pode parecer pouco, mas não é. Uma doença como esta não pode chegar a uma incidência tão alta assim", pontua. 

Atualmente, 20 moradores de Três Lagoas estão tratamento contra a doença. Três deles são crianças o que significa que familiares de primeiro grau também possuem a patologia e são acompanhados pelo Programa. 

De acordo com a especialista, Três Lagoas enfrenta hoje um surto da doença, mas que até 2010 o nível de incidência era considerado satisfatório pelo Ministério da Saúde. A migração de trabalhadores é a grande responsável pelo retorno da Hanseníase entre os moradores de Três Lagoas. "Com o boom da industrialização, trabalhadores vindos, principalmente do Norte do país, já com a doença manifestada, porém não tratada, serviu para disseminar em nosso município. Estados como o Pará, por exemplo, não oferecem tratamento e medicações tão eficientes como o nosso", avalia.

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Outro ponto que segundo a especialista atrapalha no combate à Hanseníase é o mito de acreditar que a doença já foi extinguida em todo o mundo. "Por ser uma doença milenar, muitos acreditam que a Hanseníase ficou no passado também. Vemos isso ocorrer com outras doenças também, como o surto de sarampo que o Brasil enfrenta desde o ano passado e que é, inclusive, evitado com vacina". 

A consideração reforça a vergonhosa posição do Brasil: o segundo país no mundo com mais número de pacientes que lutam contra a Hanseníase atrás apenas da Índia.

A DOENÇA

A hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. Possui como agente etiológico o Micobacterium leprae, bacilo que atinge principalmente a pele e os nervos periféricos, com capacidade de ocasionar lesões neurais, conferindo à doença um alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.

A Hanseníase é lembrada neste mês com a campanha nacional Janeiro Roxo.

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