RÁDIOS
Três Lagoas, 25 de abril

Começam obras em lotes do Jardim das Primaveras e famílias ficam animadas

Mais de 120 famílias moram no local em barracos para fugirem do aluguel e vivem a espera da conquista da casa própria

Por Tatiane Simon
10/11/2018 • 08h27
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Dentro de barracos apertados, com condições mínimas de conforto e de segurança, mais de 120 famílias moram há cerca de 10 anos em um bairro de Três Lagoas. O grupo, classificado como abaixo da linha da pobreza, enfrenta dificuldades de acesso a energia elétrica e água potável, sem condições para pagar aluguel. Os barracos de três cômodos abrigam, em média, quatro pessoas.  

A boa notícia, agora, é o andamento do programa Lote Urbanizado, no Jardim das Primaveras - uma área pública destinada a famílias de baixa renda. 
Nesta semana, o futuro bairro residencial começou a receber obras de terraplenagem, executadas pela Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Trânsito. O terreno está sendo nivelado para a divisão em lotes e a construção de casas. Com a abertura de ruas e quarteirões, o bairro começa a tomar forma.

A iniciativa é uma ação do governo do Estado em parceria com a prefeitura, que irá doar os lotes para a autoconstrução, um sistema em que futuro morador ergue as paredes seguindo um projeto técnico e orientações da prefeitura. O município vai doar parte dos materiais e o governo se compromete a urbanizar o futuro bairro, com a instalação de infraestrutura. O prazo de construção é de dois anos.

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NA PELE

A ocupação da área surgiu com o Movimento de Luta, no final da década passada. As famílias ocuparam o terreno para fugir do gasto com aluguel. Foi a saída, por exemplo, encontrada pela dona  de casa Leonarda de Souza Góes, que sobrevive com uma renda mensal de R$ 39 do Bolsa Família. Ela veio de Bodoquena com o marido e uma filha de 13 anos em busca de melhores condições de vida na cidade, e sem ter condições de pagar aluguel, mora em um barraco. 

“Meu barraco só tem um quartinho e a cozinha. A luz demorou para chegar e água também é limitada”, descreve, contando que há apenas uma torneira para várias famílias de sua quadra. 

Poucos metros do barraco da família Góes, mora a família Martins, que enfrenta as mesmas dificuldades e a vive as mesmas esperanças. “Ver esses caminhões e tratores aqui me alegra. Me faz acreditar que realmente terei minha casinha. Minha e sem aluguel”, conta a matriarca Cleonice. Segundo ela, o dinheiro do aluguel divide prioridade com a compra de remédios para epilepsia. 

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