RÁDIOS
Três Lagoas, 26 de abril

Comissão de Investigação é aberta contra vereadora por possíveis irregularidades

Sayuri Baez é acusada de possíveis atos de improbidade administrativa e quebra de decoro

Por Ana Cristina Santos
09/06/2021 • 16h55
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A Câmara de Vereadores de Três Lagoas abriu na sessão desta quarta-feira (9), uma Comissão de Investigação para apurar denúncias de possíveis crimes e irregularidades cometidas pela vereadora Sayuri Baez (Solidariedade).

A Comissão de Investigação foi aberta após ofício encaminhado pelo Ministério Público Estadual, solicitando que a Câmara de Vereadores apure denúncias que chegaram até a 2ª Promotoria de Justiça contra Sayuri.

No ofício encaminhado pelo Ministério Público, o denunciante pede que a Câmara apure possíveis atos de improbidade administrativa e quebra de decoro por mentir na tribuna ou omitir bens dos órgãos competentes; que apure o recebimento de verbas públicas através da empresa Gold Comunicação Visual, e que apure o recebimento de verbas públicas da empresa de oficina mecânica Guapocar, bem como possível sonegação de imposto contra a parlamentar.

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Após a apuração dos fatos, foi solicitado o envio do relatório da Comissão de Investigação ao Ministério Público Estadual e Federal para que apure possíveis crimes e atos de improbidade administrativa contra Sayuri e o marido.

DOS FATOS

A denúncia feita no Ministério Público foi motivada após fala da vereadora Sayuri Baez, em uma das sessões da Câmara, em que ela chama políticos de Três Lagoas de corruptos. O denunciante sentiu-se indignado, uma vez que a vereadora não estaria sendo condizente com o que diz.  

“Na tribuna da Câmara em um pronunciamento ela afirma que possui 96 colaboradores, 07 empresas, avião, hangar no aeroporto, também todos sabem que ela recebe muitos alugueis como proprietária de vários imóveis no município, o que chama atenção que nada disso foi declarado junto à Justiça Eleitoral”, diz um trecho da denúncia feita no MP.

O denunciante vai além “Acredito que também não foi declarado na Receita Federal, através do Imposto de Renda. Também sabemos que é obrigatório anualmente o servidor público apresentar as declaração de bens e também para a posse de vereadora estar teria que entregar a declaração, o que chama atenção essa confusão patrimonial dessa família, até o  prédio onde funcionou o comitê do candidato a prefeito Fabrício Venturoli pertence à família da vereadora, e não consta quem pagou o aluguel na campanha, o que me parece proposital essa confusão, pois não se sabe de onde vem o dinheiro, se de crimes comuns ou de desvios de verbas públicas”, acrescenta o denunciante.

No ofício encaminhado à Câmara, consta também denúncias contra o Marido de Sayuri, que é proprietário de uma oficina mecânica na cidade, a qual já foi alvo de investigação da Polícia Federal, que apurava possíveis fraudes que teriam causado R$ 1,6 milhão de prejuízos aos cofres públicos.

O denunciante diz ainda que Sayuri sempre teve com o poder público contratos milionários, através de sua empresa, que teria recebido da prefeitura quase R$ 1 milhão, ou pela oficina mecânica do marido, ou através de Acontece MS, que na época era de propriedade dela. Além disso, segundo a denúncia, notas frias, sem prestação de serviço eram emitidas, causando prejuízos ao erário.

Outro lado

Leia nota enviada pela vereadora

"Está casa de lei, não pode acolher uma iniciativa incompatível com a Constituição, que que se choca frontalmente com a legalidade, a moralidade e a transparência, para fundamentar uma apuração formal.

Assim, caros nobres colegas, após esclarecimento a luz da legislação quanto a denúncia anônima, passo a esclarecer os fatos:

Mas antes gostaria de relatar, que não tem sido algo agradável legislar em prol do bem estar da população, em menos de 6 meses, já carrego 3 boletins de ocorrência. 
Já fui denunciada várias vezes, aqui nessa casa, algumas denúncias anônimas amadoras, sem fundamento, todas escritas pela mesma pessoa, chega ser hilário, a forma de escrever, dessas denúncias induzidas, forjadas, isso realmente cheira mal, cheira a perseguição e a incomodo.

É verdade a afirmação que fui eleita Vereadora neste município, eleição esta que seguiu todas as formalidades legais previstas na legislação pertinente, pelo voto dos eleitores que confiou a minha pessoa o direito de representá-los de forma digna e justa.

 Quanto as afirmações que eu e meu esposo somos perigosos, na denúncia não foram apresentados fatos ou indícios que comprovem qualquer ato praticado que possa ser tido como perigo. Mesmo sendo denúncia anônima. Cabe provas, falar até papagaio fala.

Quanto aos fatos relatados a respeito da empresa do meu esposo, o próprio Ministério Público pode informar a esta casa de Leis se ele foi  processado ou se existe algum inquérito/denúncia recebida pelo juiz referente ao fato, essa prerrogativa não cabe a essa casa de lei fiscalizar. Estas informações são todas públicas.

A Câmara não tem nada a ver com minha vida particular e nem do meu marido, desde que os atos não venham caracterizar uma INFRAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVO QUE ESTÁ TIPIFICADO NA LEI ORGÂNICA DO MUNICIPIO.

Quanto a denúncia de prestação de serviços para Prefeitura, todos os oficinas foram ouvidas, cabe a Polícia Federal esclarecer a dúvidas dos caros nobres vereadores ou do pseudo anônimo. 

Quanto a afirmação de prejuízos de mais de 1,6 milhões aos cofres públicos, espero que os nobres colegas tomem a mesma atitude e determine de imediato abertura de comissão processante para apurar quem foi o responsável da administração pública que causou o prejuízo para Prefeitura e Câmara Municipal , que possa responder pelo crime praticado, apurar as denúncias de notas frias e prejuízos imputados.

De uma coisa tenho certeza, o crime não foi praticado por nós. Penso que temos que investigar isso.

Aliás posso fazer um requerimento pedindo esclarecimentos, claro se for aprovado nessa casa.

As empresas indicadas na denúncia, estão todas devidamente registradas na junta comercial e na receita federal, e não sou impedida de ser empresária e ter colaboradores.

Minha empresa e a empresa do meu marido ajuizamos uma ação contra a Prefeitura por falta de pagamento, de serviços prestados.

Estamos com as mesmas empresas e os mesmos CNPJ trabalhando a mais 20 anos nesse município, prestando serviços sem precisar usar nomes de terceiros. Todas as informações são públicas inclusive minhas lojas no shopping, são informações públicas.

Se tivesse algo ilícito jamais entraria na justiça para receber algo ou levantar alarde. Pensem nisso... Mais uma vez o anônimo acusa de crimes comuns ou desvio de verbas públicas, sem apresentar qualquer indício ou fato que possa levar a uma investigação pelos órgãos competentes, apenas apresenta denúncias sem fundamentos.

Quanto ao crime de ameaça indicado na fantasiosa denúncia anônima, não tem qualquer indicio ou fato concreto. 
Eu andar armada, ter pistola ao meu lado apontando para pessoas, isso é realmente ridículo!! 

O pseudo anônimo, deveria apontar quem foi ameaçado e não acusar sem provas. 
Na verdade não preciso dar satisfação se tenho ou não arma. Sou praticante do clube de tiro.
Se tenho, está devidamente declarada, e cabe somente aos órgãos competentes essa informação. 

Quanto à minha prestação de contas da campanha eleitoral a justiça através de sentença, com trânsito em julgado, declarou as contas aprovadas.

Concluindo assim, caros nobres colegas Vereadores, volto a dizer, está casa de lei, não pode acolher uma iniciativa incompatível com a Constituição.

Estou à disposição de todos para maiores esclarecimentos. 

Tenho vida pública transparente, faço um convite à todos, que me acompanhem por 10 dias, para ter o entendimento do meu ritmo de trabalho.

Sou empresária e tenho profissão, não dependo de cargo público para sobreviver.
Estou de passagem nesse mandato. 

Sinto muito dizer, que mentiras, calúnias, inverdades não me abalam.
Seguirei firme em meu propósito!"

 

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