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Três Lagoas, 23 de abril

Conselho Tutelar reforça a fiscalização neste período natalino

Nesta sexta-feira, a blitz será no show do Luan Santana no Parque de Exposições Joaquim Marques de Souza

Por Redação
13/12/2012 • 08h52
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De olho nas festas de fim ano, o Conselho Tutelar de Três Lagoas vai intensificar as blitzes em parceria com a Polícia Militar e o Comitê de Enfrentamento da Violência e da Defesa dos Direitos Sexuais de Crianças e Adolescentes de Mato Grosso do Sul (Comcex/MS). O objetivo é evitar que crianças e adolescentes permaneçam em lugares impróprios, que consumam bebidas alcóolicas ou drogas.

Conforme a presidente do Conselho Tutelar, Mirian Monteiro Herrera Hahmed, o órgão faz a fiscalização nos eventos com base no alvará expedido pela juíza da Vara da Infância e Juventude. “Por exemplo, festa “Open Bar” só é permitida para maiores de 18 anos, porque a bebida alcoólica é distribuída à vontade”, explicou. Nesta sexta-feira, a blitz será no show do Luan Santana no Parque de Exposições Joaquim Marques de Souza. 
 
Durante este ano, cerca de 400 adolescentes foram apreendidos em blitzes em diversos pontos da cidade, como na avenida Filinto Müller próximo à Lagoa Maior, no Madri Fest, entre outros eventos. Nesse caso, segundo Mirian, o procedimento é levar os jovens para a sede do Conselho Tutelar e entrar em contato com a família. O adolescente só é liberado na presença dos pais ou responsáveis, juntamente com os termos de advertência e entrega. Essa documentação é encaminhada para Promotoria tomar as devidas providências.
 
“No ato da entrega, ouvimos várias desculpas dos responsáveis, entre elas, de que ‘meu filho saiu para ir à igreja’, ou, ‘minha filha saiu para lanchar com as amigas’”, contou Mirian. Na avaliação da presidente, falta acompanhamento familiar a esses adolescentes, ou seja, diálogos e conselhos, além do que pai e mãe devem ser exemplos, e, infelizmente, o que o órgão presencia são famílias desestruturadas”, relatou.
 
Drogas
De acordo com Davis Martinelli Leal, vice-presidente do Conselho Tutelar, muitas famílias procuram o órgão para reclamar de filhos envolvidos com drogas (maconha ou crack). Em Três Lagoas, o envolvimento de jovens com dependência química ocupa o segundo lugar no ranking, perdendo somente para o abuso sexual.
 
Em 2011, foram registradas 203 reclamações sobre drogas. Desse total, 14 jovens foram internados em clínicas especializadas em municípios dos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. Porém, somente um concluiu o tratamento, com duração de nove meses. Segundo Leal, o índice de internação é baixo porque a medida é de livre escolha do viciado. “Não podemos obrigar os jovens a fazer o tratamento”, concluiu.
 
Já neste ano, segundo Mirian, o número de registros referente a drogas foi de 230, levando-se em conta que 63 jovens foram internados, e, mais uma vez, somente um adolescente finalizou o tratamento.
 
Para a presidente do Conselho Tutelar, o ideal seria alterar a lei e que a Justiça determinasse a internação compulsória. Mudanças também seriam bem-vindas às clínicas que, hoje, na primeira semana de internação, não prescrevem medicação. “Os jovens não suportam a abstinência, ficam loucos e desistem do tratamento”, explicou. E continuou: “sem essas alterações, o Conselho Tutelar não vê grandes mudanças no comportamento da juventude”, concluiu.

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