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Três Lagoas, 16 de abril

Creas atende 26 estupros de vulneráveis em apenas dois meses em Três Lagoas

Somente a Delegacia de Atendimento à Mulher registrou 10 estupros de meninas e quatro de mulheres neste ano na cidade

Por Ana Cristina Santos
23/03/2019 • 11h01
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O número de casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes, e o de estupro de mulheres é considerado alto e preocupa as autoridades ligadas a área da segurança pública em Três Lagoas. Nos dois primeiros meses deste ano, 26 crianças e adolescentes atacados por estupradores foram encaminhadas para atendimento no Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas). Desse total, 22 eram meninas e quatro meninos. 

Entre janeiro e fevereiro a Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) registrou 10 ocorrências por estupro de meninas abaixo de 14 anos, classificadas como vulneráveis. Na DAM não são registrados abusos contra meninos, que são encaminhadas para outras delegacias. Todos os casos, porém, são enviados para atendimento e tratamento no Creas.

Em relação a mulheres,  a delegacia especializada  registrou quatro vítimas de estupro, neste ano. No ano passado foram seis.

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Em 2018, o Creas atendeu 95 crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual. Dessas, 79 meninas e 16 meninos.  A maioria da faixa etária das vítimas é entre 3 e 8 anos. As vítimas são acolhidas e recebem atendimento necessário, como psicológico, e de saúde. 

Na Delegacia da Mulher houve o registro de 65 casos de estupros de meninas e 11 de mulheres. Os dados da DAM e do Creas nem sempre são iguais porque a Delegacia da Mulher não atende estupro de meninos. O Creas também atende vítimas que registram a ocorrência no ano anterior.

A coordenadora do Creas, Rafaela Marques de Oliveira, explicou que o estupro, não se restringe apenas quando no ato houve efetivamente a conjunção carnal. O Código Penal prevê que: “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal praticar, permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso, é considerado estupro de vulnerável”. 

Segundo Rafaela, o número é considerado alto, porém pode ser ainda maior porque nem todos os casos têm registro de  ocorrências, já que muitas pessoas tentam acobertar, por medo, vergonha, ou outras situações.

 Ainda de acordo com ela, a maioria dos casos deste tipo de crime ocorre envolvendo pessoas próximas ou da própria família. 

Criança pode ter sido estuprada em acolhimento 

A Polícia Civil de Três Lagoas investiga um possível caso de abuso sexual envolvendo duas crianças entre 7 e 9 anos que ficam em uma unidade de acolhimento  do município. O caso teria ocorrido no sábado passado, quando um garoto foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para exames.  Em seguida, um boletim de ocorrências foi registrado.

Segundo o delegado, Orlando Vicente Abate Sachi, diligências já foram feitas, e informações solicitadas ao Conselho Tutelar. Entretanto, o caso está em sigilo por se tratar de crianças.  A polícia aguarda resultados de exames para saber se o estupro realmente ocorreu.

O caso foi divulgado pelo vereador Davis Martinelli (Pros) na sessão da Câmara Municipal desta semana. Segundo o parlamentar, o caso só teria “vindo à tona” depois que a criança passou por uma unidade de saúde. 

Em nota, a prefeitura esclareceu que o protocolo das casas que moram crianças acolhidas para qualquer fato que ocorrer, é encaminhar a UPA. E que todas as medidas foram adotadas para manter a integridade da criança. Disse ainda que, em nenhum momento houve a tentativa de omissão dos fatos. Ressaltou ainda que, todos os procedimentos adotados foram apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.

Por se tratar de crianças, e principalmente acolhidas, as informações são tratadas com sigilo. 

Aproximadamente 40 crianças estão nas unidades de acolhimento de Três Lagoas. As crianças que ficam nesses locais foram retiradas do convívio dos pais ou familiares por decisão da Justiça.

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