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Três Lagoas, 25 de abril

Cresce em 45% o número de doadores de órgãos em Mato Grosso do Sul

Três Lagoas segue tendência estadual e engrossa estatísticas com a captação de três órgãos de paciente com morte cerebral

Por Tatiane Simon
30/09/2017 • 14h00
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O número de doadores de órgãos aumentou em 45% em Mato Grosso do Sul neste ano em comparação a 2016, segundo dados da Central Estadual de Transplantes (CET/MS). Neste ano, até o mês de agosto, foram 29 doadores de órgãos registrados, contra 20 durante todo o ano de 2016.

Conforme a CET, durante os primeiros oito meses deste ano foram transplantados no estado 144 córneas, 10 rins e dois tecidos musculoesquelético. Nesta tendência de aumento de doações Três Lagoas também aparece entre os municípios que conseguiram captar órgãos para doação e disponibilizá-los para o banco nacional de transplantes em São Paulo. Esta foi, até o momento, a primeira captação registrada na cidade neste ano com a extração de córnea, fígado e rins. A extração só foi possível porque a família  concordou com a doação após o diagnóstico de morte encefálica da paciente. 

Este caso ocorreu em agosto no Hospital Auxiliadora por meio da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), Organização de Procura de Órgãos, da CET/MS (OPO/MS) e da equipe de extração. 

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A primeira cirurgia de captação de órgãos em Três Lagoas foi realizada no ano passado e foram captados o coração, os dois rins, fígado e pâncreas de um paciente diagnosticado com morte encefálica.

Fila e doação
Em todo o estado, 89 pacientes aguardam na fila de espera para transplante de córnea e outros 38 a espera de um rim. A central não tem dados específicos de quantas pessoas aguardam por transplante em cada município de Mato Grosso do Sul. 

O órgão mais transplantado em MS é a córnea, seguido por rim e tecido musculoesquelético. Além dos 29 doadores de órgãos – que são pacientes que tiveram morte encefálica -, foram registrados também 200 doadores de córnea no Estado. “O paciente que teve morte encefálica, que está em ambiente hospitalar, em UTI, pode doar os órgãos e tecidos (córnea). Mas o indivíduo que tem parada respiratória, quando os órgãos param de funcionar, só pode fazer a doação de tecidos, já que estes não precisam de vascularização para funcionar”, explica a coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Claire Miozzo.

De acordo com a CET, a maior fila de espera por um órgão no Brasil é de pacientes que aguardam por um transplante de rim.

Busca ativa
Na avaliação da coordenadora da CET, ainda há muitos desafios a serem vencidos, mas alguns estigmas estão sendo rompidos para que o número de doadores de órgãos aumente. “Um deles é autorizar mais equipes e estabelecimentos de saúde para realizar transplantes de órgãos. Realizamos um trabalho constante de divulgação sobre a importância da doação de órgãos para transplantes, promovendo palestras e distribuição de materiais informativos em diversos segmentos da sociedade”, salienta.

Para o médico neurologista e coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do Hospital Auxiliadora, Daniel Rodrigues de Oliveira, a doação sempre é proposta quando a pessoa já está morta considerada em condição definitiva e irreversível, seja quando o coração ou cérebro para.  “Para chegar no diagnóstico da morte cerebral é seguido por um protocolo rígido num tempo determinado e com avaliações. No entanto, tudo isso só ocorre se a família autorizar”, reforça. 
Para se tornar um doador de órgãos é necessário informar a família, sendo a mesma responsável pela autorização da doação mediante duas testemunhas.

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