Os casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes, em Três Lagoas, registram aumento de 29% no ano passado, comparado ao mesmo período do ano anterior. Em 2017, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) atendeu 80 crianças e adolescentes vítimas de abuso. Em 2016, foram 60 casos registrados, aumento de 29%.
Nos dois primeiros meses deste ano, foram registrados mais 10 casos. Em janeiro seis, sendo um menino e cinco meninas. Em fevereiro, houve quatro casos de abusos contra meninas. A maioria das vítimas tem de 7 a 12 anos.
No ano passado, 35 crianças e adolescentes na faixa etária de 7 a 12 anos foram abusadas sexualmente em Três Lagoas. Depois estão adolescentes de 13 a 17 anos, com 29 casos no ano passado. De 0 a 6 anos foram 16 casos em 2017.
Das 80 crianças e adolescentes vítimas de abuso no ano passado, 60 eram meninas e 20 meninos.
De acordo o diretor do Departamento de Proteção Social da Secretaria de Assistência Social, Luiz Fernando Tombeli Fochi, a maioria dos casos ocorre dentro de casa, ou com alguém da família.
Para ele, o índice de abuso sexual é alto. “Comparando os dados, a gente percebe que os casos aumentam a cada ano. Isso não é considerado ruim, porque mostra que as pessoas estão criando coragem de denunciar.
Antes, os casos ficavam escondidos embaixo do tapete, agora não, denunciam. Isso é reflexo também das ações, das campanhas de orientações que são feitas”, destacou.
A “porta de entrada” para descobrir os casos é o Conselho Tutelar, segundo Luiz Fernando, além de denuncias feitas por meio do serviço disque 100 - número exclusivo, criado pela Secretaria de Direitos Humanos. “As pessoas fazem denúncias anônimas”, frisou.
O município dispõe de duas equipes para atender vítimas e famílias, e que todos os casos são encaminhados ao Poder Judiciário.
Em alguns casos, as vítimas são levadas para unidades de acolhimento. Até o mês passado, segundo a Promotoria da Infância e Juventude, seis crianças que sofreram abusos estavam em abrigos por não terem recebido proteção das famílias. Algumas porque ficaram do lado do agressor ou não quiseram se responsabilizar pelo filho.