RÁDIOS
Três Lagoas, 26 de abril

Três Lagoas registra média de um homicídio por semana em 2018

Ao menos cinco mortes violentas são contabilizadas no município. Destas, duas são feminicídios

Por André Barbosa
21/02/2018 • 07h02
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Três Lagoas, 10 dias depois da virada do ano. Em uma discussão em um conjunto residencial, o síndico Wellington Fabrício Pereira Farias, de 27 anos, matou a golpe de faca, o pedreiro Robson da Silva de Lima, de 29 anos. A morte foi registrada como lesão corporal seguida de morte (legítima defesa).

Quatro dias depois, a população fica chocada com o 1º feminicídio do ano, em que a agricultora Halley Coimbra Ribeiro Junqueira, foi morta a tiros na frente das filhas, pelo ex-marido, o executivo Renato Bastos Otoni.

No dia 8 de fevereiro, o carvoeiro Claudemir Caetano, 50 anos é esfaqueado pelo colega de trabalho, José Francisco Dias, 64. Claudemir chega a ser socorrido em dois hospitais, mas não resistiu ao ferimento.

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No dia seguinte, a hoteleira e ex-miss, Larissa Souto Pereira de Freitas, 42 anos é assassinada a tiros pelo ex-marido, o mototaxista Marcos Sérgio da Silva Castro. Este foi o segundo caso de feminicídio no município, desde o início do ano. 

Em 12 de fevereiro após discussão, o pintor Gilberto Carvalho da Silva, de 41 anos foi assassinado pela namorada, a cabeleireira Danielly Vicente Azambuja, de 26 anos a golpes de canivete. O homem ainda foi socorrido por paramédicos, mas morreu no local. Este foi o quinto homicídio registrado no ano, em Três Lagoas. Todos os casos foram solucionados pela Polícia Civil. Pelos crimes, ao menos duas pessoas estão presas. Uma terceira responde em liberdade e os outros dois responsáveis pelos feminicídios morreram em decorrência de suicídio.

Em apenas 18 dias do início do ano, Três Lagoas já registra média de uma morte violenta a cada três dias, a mais recente, ocorrida no domingo (11) e revelada dois dias depois. Ao menos duas pessoas perderam a vida por uso de arma de fogo, as demais, por esfaqueamento.

O número é visto com preocupação por populares e autoridades, que consideram o município de 115 mil habitantes, um dos mais violentos do Estado. O dado assusta, se comparado com o ano de 2017 em que, durante todo o mês de janeiro, somente um homicídio foi registrado.

Em recente entrevista ao JPNEWS, o delegado titular da 3ª Delegacia de Polícia, Orlando Vicente, revelou que a situação é preocupante. “A cidade é violenta, se levarmos em conta, o número de habitantes. A maioria dos casos de violência fatal vem de residenciais como o Novo Oeste e Orestinho. Até então, todos os homicídios foram cometidos por três-lagoenses e não por pessoas que chegam ao município para trabalhar. São daqui, ao contrário do que muitos pensam. A maioria dos trabalhadores das grandes obras foram embora”.

 

CRIMES DE 2017

Levantamento da Polícia Militar revelou que no mês de janeiro ocorreu um homicídio. Já em fevereiro foram quatro e, em março, reduziu para uma ocorrência.  O mês de abril registrou três casos e em maio foram cinco.

Nos primeiros seis meses, o número de homicídios em Três Lagoas chegou a 21 e fez com que 2017 fosse considerado o mais violento dos últimos cinco anos. A média de assassinatos na cidade, que possui 115 mil habitantes, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 3,5 por mês. Porém, junho se destaca ao registrar sete mortes e concentrar 29% do total de homicídios.

Outro dado assustador é que a quantidade de assassinatos mais que dobrou se comparada com o mesmo período do ano passado, quando nove pessoas morreram. O número também é superior a todo o ano de 2016 que registrou 18 homicídios. As ocorrências apontam que em 2015 foram 16 mortes, em 2014 ocorreram 17 e, no anterior, 19. (Colaborou a repórter Kelly Martins).

O primeiro caso de feminicídio desse ano foi registrado em fevereiro, com a morte de Vanda Júlio Borges, de 42 anos, que foi brutalmente assassinada pelo próprio marido no dia 10 em uma fazenda localizada a 100 quilômetros de Três Lagoas. Ela foi enforcada e depois enterrada por Luciano Nunes Brito, de 41 anos. O suspeito chegou a confessar o crime à polícia e foi preso no dia seguinte.

 

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