RÁDIOS
Três Lagoas, 25 de abril

De Delcídio a Azambuja: 'estou no jogo'

Ex-senador cassado por acusação de obstrução de Justiça retoma às atividades políticas com projeto para eleições de 2020

Por Lucas Mamédio
05/08/2018 • 07h00
Compartilhar

O ex-senador Delcídio do Amaral e ex-líder do governo Dilma Rousseff no Senado, disse que está de volta  ao "no jogo político”, em referência às candidaturas que devem ser confirmadas, nos próximos dias, para a disputa do governo de Mato Grosso do Sul. Em tom de crítica, avaliou como morno o governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) . "Andou de lado", afirmou. Filiado ao PTC (Partido Trabalhista Cristão), Delcídio falou sobre ter sido inocentado em uma ação penal pela Justiça da acusação de ter comprado o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, que virou delator na Lava Jato. E não deixou de alfinetar o também tucano Aécio Neves. Também revelou planos na política que visam, inclusive, as eleições municipais de 2020.

Jornal do Povo - Como foi essa fase fora da política, inclusive ficando preso em por um período?

Delcídio do Amaral -  Foi um sofrimento muito grande. Você imagina eu líder do governo [Dilma Rousseff] e acontece o que aconteceu. Quando isso ocorre, alguns celebram e outros demonstram apoio. O que me ajudou muito foram os amigos, a religião. Sou cristão e Deus me ajudou bastante. Minha vida e da minha família foram passadas a limpo. Mas como sempre diz meu irmão: prevalecemos.

JPNEWS: BANNER RCN NOTICIAS PATROCINADO ATUALIZADO 27.03.2024
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

JP - O senhor se sentiu abandonado? Tem mágoas do PT?

Delcídio - Eu não faço política com mágoa. Mágoa faz mal pra alma. Tudo passa na vida, porque, senão, você vira prisioneiro.

JP - Depois da absolvição, qual a chance de o senhor ser candidato?

Delcídio - É uma questão de tempo. Depende muito da Justiça e como as coisas vão caminhar. Eu só tenho uma certeza: fui absolvido, eu resgatei a minha honra, da minha família, dos meus amigos. Estou leve. Agora a recuperação dos direitos políticos é uma questão de tempo. Então, eu estou no jogo. Se não for agora, daqui a dois anos ou daqui a quatro.

JP - Quem o senhor vai apoiar para o governo?

Delcídio - Eu hoje sou filiado ao PTC. E o partido tem um acordo nacional para apoiar o MDB.

JP - A senadora Simone Tebet votou pela sua cassação no Senado. Ainda assim vai subir no palanque dela?

Delcídio - Temos que aguardar porque essa notícia da Simone ser candidata ao governo é recente. Como disse, não guardo mágoas, mas acho estranho o posicionamento dos nossos senadores. Votaram pela minha cassação e eu estou absolvido e votaram contra a cassação do Aécio (PSDB) lá de Minas. E olha que ele estava carregando malas de dinheiro, ameaçando primo de morte etc.

JP - Onde o senhor errou, em 2014, quando era líder nas pesquisas e perdeu a disputa ao governo para Azambuja?

Delcídio - Errei em muitas coisas. Umas delas foi ter ficado no PT. Não saí antes porque fui assumindo cada vez mais responsabilidades no Congresso. Sempre tive uma relação forte com o governo. E até por coerência, o PT me deu essa oportunidade. Mas, o momento nacional e momento no Estado não favoreciam minha candidatura.

JP - Como o senhor avalia a gestão do governador Reinaldo Azambuja?

Delcídio - Não tenho acompanhado. Mas, o Estado não vai bem. Pega a pecuária, que a área dele [Azambuja], todos produtores reclamando. Não tem nada de novo, também, no interior. Nas cidades, todos estão insatisfeitos. O Estado não andou para trás, andou de lado. Não avançou.

JP - O senhor chegou a ser cotado como candidato à Presidência e de repente foi parar na cadeia. Como está sua cabeça agora?

Delcídio - Saio dessa melhor do que entrei. A gente aprende muito com nossos erros. Estava levando uma vida fora de qualquer lógica. Via minha família só no domingo. Em momentos difíceis você tem que orar bastante, ter fé, e eu tive.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.

Mais de JPNews Três Lagoas