RÁDIOS
Três Lagoas, 24 de abril

Demora na definição de área atrasa instalação de cervejaria de R$ 300 milhões

Pedido feito por empresa de Niterói já se arrasta há dois anos e, até agora, prefeitura não definiu doação de área

Por Ana Cristina Santos
05/05/2018 • 12h00
Compartilhar

A instalação de uma fábrica de cervejas em Três Lagoas continua esbarrando na doação de área pública. O processo para definição do local já se arrasta há dois anos, desde a época de pedido feito pela empresa de Niterói (RJ) e, até agora, o município não disponibilizou uma área para o empreendimento de R$ 300 milhões, que prevê geração de 300 empregos diretos, na cidade.

A vinda da cervejaria para Três Lagoas foi anunciada em 2016 e a instalação ocorreria em uma área do Cinturão Verde, nas proximidades da ponte sobre o rio Paraná, na divisa com o Estado de São Paulo. Mas, devido uma demanda judicial em relação às famílias que moram no local, o processo para a desocupação da área pretendida levaria um tempo maior, segundo a administração municipal.

Uma das exigências do empresário foi de que a área para a instalação da cervejaria ficasse às margens de uma rodovia, por uma questão de marketing e logística.

JPNEWS: BANNER RCN NOTICIAS PATROCINADO ATUALIZADO 27.03.2024
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Diante disso, a prefeitura ofereceu uma área às margens da rodovia BR-158, na saída para Brasilândia, onde funcionou um alojamento de trabalhadores de uma fábrica de celulose. A área foi doada ao município, em 2009, como parte das ações de mitigação pela instalação da fábrica na cidade. Abandonado, os galpões foram saqueados por desconhecidos.

LEGALIDADE
O prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB) informou, no mês passado, que a empresa fluminense aceitou a troca da área porque tinha pressa na construção da fábrica, uma vez que estava com a produção da unidade de Niterói comprometida - o que a impedia de abrir novos clientes e o mercado.

Antes de doar o terreno dos galpões,  no entanto, o município precisa transformar a área em zona industrial. Para isso, um projeto foi encaminhado à Câmara de Vereadores com essa finalidade. De acordo com o termo de doação assinado pela fabricante de celulose e a prefeitura, o imóvel deve ser utilizado apenas para a instalação de escola ou para lazer e cultura, sendo proibida sua utilização para outras finalidades, “exceto para aluguel do referido imóvel, ora transferido, desde que a arrecadação obtida fosse empregada, exclusivamente, em projeto de cunho social”.

O presidente da Câmara, vereador André Bittencourt (PSDB), disse que o projeto de transformação da área em Distrito Industrial está em análise pelas comissões do Legislativo, mas também dependerá de alteração do termo de doação.

Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, José Aparecido de Moraes, tão logo isso ocorra, o próximo passo será o envio do projeto de doação da área à cervejaria para análise dos vereadores. 

Moraes estima que a situação seja “resolvida logo” e “dentro da legalidade”, além de não temer dificuldades na instalação da fábrica, apesar da burocracia. “O empresário demonstra grande interesse para se instalar na cidade porque conhece o potencial da região. Não acreditamos que ele vá desistir por causa de um entrave burocrático. Isso é normal e tem que acontecer de forma legal”, destacou.

Além da cervejaria, mais duas indústrias do setor de bebidas devem se instalar em Três Lagoas: uma fabricante de latas de alumínio e outra de cachaça, ambas no Distrito Industrial. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.

Mais de JPNews Três Lagoas