RÁDIOS
Três Lagoas, 18 de abril

Dois anos após vendaval, cidade ainda aguarda recurso

A data, 27 de setembro de 2010, ainda está na lembrança de muitos três-lagoenses

Por Cláudio Pereira
27/09/2012 • 08h30
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Hoje, completam-se dois anos do vendaval que atingiu Três Lagoas.  A data, 27 de setembro de 2010, ainda está na lembrança de muitos três-lagoenses, que passaram momentos de pânico com o temporal que destelhou e destruiu várias casas, arrancou muitas árvores e derrubou quadras poliesportivas.

Após dois anos desse, que foi considerado o maior sinistro ocorrido na história de Três Lagoas, o município ainda convive com marcas causadas pelo vendaval. Além de muitas árvores e das quadras da Lagoa Maior, cuja ausência é sentida por quem estava acostumado com essa paisagem, alguns terrenos estão apenas com os destroços do que sobrou das casas que desabaram.

Passados dois anos, até hoje o governo federal ainda não liberou toda a verba empenhada para ajudar na reconstrução do que foi destruído. De acordo com o secretário municipal de Obras, Getúlio Neves da Costa Dias, apesar do valor solicitado pelo município, conforme levantamento feito na época em razão dos estragos, foram empenhados para o município apenas R$ 1,6 milhão. Contudo, a Prefeitura não recebeu todo valor ainda. Apenas no ano passado, o município recebeu R$ 666.639,4.

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Segundo o secretário de Obras, até hoje não se tem uma resposta de quando o restante do valor será liberado, porém disse que ainda existe esperança do município vir receber o dinheiro. O valor liberado, de acordo com Getúlio, foi utilizado na reconstrução das quadras poliesportivas do Ginásio de Esportes e da Escola General Nélson Custódio, assim como na recuperação do prédio do Centro de Especialidades Médicas, que também foi atingido com o temporal.

O secretário informou que o município gastou bem mais recursos do que recebeu. Segundo ele, foram gastos cerca de R$ 1 milhão com a retirada de entulhos, com o plantio de árvores e recuperação de jardins, além de ajuda às famílias que ficaram desabrigadas na época, com a doação de cobertores e alimentos, entre outros serviços executados.

FAMILÍAS AINDA ESPERAM AJUDA FINANCEIRA
De acordo com o Plano de Trabalho realizado pela Prefeitura e entregue ao Ministério da Integração Nacional, solicitando recurso para a reconstrução das casas, 32 famílias foram selecionadas. Dessas, segundo o coordenador da Defesa Civil, Paulo Rebelo, duas providenciaram a construção, alguns meses após o ocorrido.

No último levantamento realizado no ano passado, das 32, cinco já teriam tomado providências por conta própria. As demais continuam aguardando a liberação do recurso para a reconstrução. O aposentado Dorival Sabino é um deles. O terreno, localizado no bairro Santa Terezinha, ainda encontra-se com restos dos materiais da casa que desabou na noite de 27 de setembro.

Há dois anos, Dorival continua morando de favor na casa da filha. Segundo a irmã dele, Dirce Sabino, várias pessoas já estiveram no local fazendo visita e pedem para ele aguardar a liberação do recurso. Ela revelou que ele não tem condições de construir uma casa, já que o dinheiro da aposentadoria não é o suficiente. “Vamos continuar aguardando até não sei quando”, afirmou. O Jornal do Povo apurou que uma família já até vendeu o terreno, diante da demora na liberação da verba.

DEFESA CIVIL
Apesar da Prefeitura ter nomeado Paulo Rebelo, como coordenador da Defesa Civil, o órgão em si, ainda não foi criado através de lei. A criação, depende da elaboração de projeto de lei por parte do Executivo. Segundo Paulo, já existe conversa para isso, porém a criação deve ocorrer apenas no ano que vem.

Do sinistro ocorrido em 2010, Paulo Rebelo afirmou que a maior lição de tudo que aconteceu, foi o município ter despertado para a importância de se ter um órgão como esse. No ano passado, foi realizado um curso para as pessoas interessadas em trabalhar como voluntários na Defesa Civil. Ele disse que, se ocorrer algo parecido, essas pessoas estariam aptas a trabalhar no auxílio à comunidade. Entretanto, observou que, o órgão tem como um dos principais papéis o trabalho de orientação e prevenção.  


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