RÁDIOS
Três Lagoas, 25 de abril

Donos de postos criticam reajustes de preços e impostos sobre combustíveis

Estado pratica política tributária que força fixação de tabela superior à praticada em SP

Por Ana Cristina Santos
18/11/2017 • 07h05
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A nova política de ajuste de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras desde 3 de julho deste ano, e a carga de impostos em Mato Grosso do Sul são apontados por  donos de postos, no Estado, como causas para os preços praticados nas bombas. Nesta semana, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul (Sinpetro), divulgou uma nota de esclarecimento sobre o setor.

De acordo com a nota, o setor é um dos maiores arrecadadores do Estado, que tem 560 postos, gera 8.900 empregos diretos e 20 mil indiretos. Desde o início da nova metodologia, de 4 de julho a 9 de novembro, os preços tiveram 85 variações, acumulando alta de 27,4% na gasolina e 25,8% no diesel. Os aumentos se deram nas refinarias, na base da estrutura de venda de combustíveis.

Ainda de acordo com o comunicado, no Mato Grosso do Sul quase 50% do valor pago pelo consumidor final no litro da gasolina são impostos. Ainda assim, segundo a nota, a população culpa os postos pela alta dos preços.

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Em entrevista ao Jornal do Povo, o diretor-secretário do Sinpetro, Márcio Hirade, disse que não tem como donos de postos praticarem preço sem repassar aumentos. “As margens de revenda são apertadas. Quando a Petrobras aplica um aumento, reflete nas distribuidoras e, consequentemente, para o consumidor”, disse.

CARGA TRIBUTÁRIA
Outra situação destacada por empresários do setor em Três Lagoas é a carga tributária de Mato Grosso do Sul, mais elevada em comparação a do Estado de São Paulo, por exemplo. 

O percentual do ICMS sobre a pauta fiscal do álcool em MS é 27%, enquanto que em SP, 11%. Sobre a gasolina é de 25% no Estado e 11 em SP. Em relação ao diesel, 17% em MS e no SP, 12%. São Paulo não tem pauta fiscal.

Segundo o empresário do ramo, Mário Pinheiro, esse é o motivo do combustível ser mais caro em Mato Grosso do Sul. Márcio Hirade reforça e diz que “não tem como o empresário bancar o imposto. O que é cobrado somos obrigados a repassar. A carga tributária em Mato Grosso do Sul é elevada”, disse.

Em 2016, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) reduziu por seis meses a alíquota do ICMS do diesel de 17% para 12%. “Mato Grosso do Sul continua sendo corredor de passagem de caminhões, que acabam com nossas estradas e não deixam nada aqui”, disse o sindicalista.

Ainda de acordo com Hirade, os reajustes refletem na queda do consumo de combustível em todo o País. Em Três Lagoas, segundo ele, a crise foi maior devido ao município fazer divisa com São Paulo. O número de postos de trabalho, inclusive, foi reduzido no setor. “Um dos reflexos da crise é o consumidor procurar fazer o salário ‘engordar’. Ele não está errado, mas, consequentemente, isso traz pobreza para a cidade, já que o imposto gerado dentro do Estado fica no Estado. E o consumidor que vai para outro Estado gastar leva o dinheiro daqui para outro estado”, destaca.

Preço médio da gasolina em Três Lagoas chega a R$ 4,071

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do litro da gasolina em Três Lagoas chegou a R$ 4,071. O mínimo custa R$ 3,959, e o máximo R$ 4,197. Em setembro deste ano, o preço médio do litro custava R$ 3,965, em outubro, R$ 4,03.

Coxim é a cidade com preço mais alto: R$ 4,076; em Corumbá, R$ 4,059 e em Campo Grande, R$ 3,672.
O preço médio do litro do etanol em Três Lagoas é comercializado a R$ 3,152; em Corumbá a R$ 3,223, e na capital, R$ 3,012. 

O preço médio do litro do diesel em Três Lagoas é o mais caro do Estado, de acordo com a ANP. O combustível tem sido comercializado a R$ 3,806. Em Campo Grande, a R$ 3,412. 

 

 

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