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Três Lagoas, 20 de abril

Fábricas abandonam carros ‘pelados’

Aos poucos, indústria vai se adaptando a novas exigências do mercado e deixa de apostar em modelos sem tecnologia e conforto

Por Valdecir Cremon
19/08/2018 • 10h15
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A indústria automobilística brasileira vai, em pouco tempo, aderir a um “modelo” europeu de fabricar apenas carros equipados, especialmente, mais seguros e confortáveis. Será o fim dos carros “pelados”? É possível. Embora seja uma possível tendência, Volks, Toyota e Fiat já começaram a simplificar suas linhas, com uma sensível redução de versões. Isto significa menos opções de cores, potência de motores e demais equipamentos. Com isso, os modelos mais enxutos, como Uno, Etios e vários que trazem a logomarca VW estão com dias contados para entrarem para a lista de modelos difíceis de ser ver pelas ruas sem acessórios e integrações de tecnologia, hoje tão exigidas por motoristas.

Mas, por quê, se o brasileiro continua sem condições de gastar com a compra de carros mais luxuosos, sendo obrigado a optar pelos mais simples? A resposta foi dada pelo vice-presidente de vendas e marketing da Volks do Brasil, Gustavo Schmidt, à imprensa especializada, sobre a exigência de que todos os modelos tenham direção hidráulica, ar-condicionado, etc. “Vimos que o brasileiro não aceitava mais veículos sem esses equipamentos”, justifica, sobre a retirada de carros “pelados” da linha de produção da fábrica. 

Uma vantagem para o setor é, segundo Paulo Roberto Garbossa, consultor especializado, está no barateamento da fabricação de componentes com o aumento da escala de utilização. 

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Nesta linha, clientes ficam sem algumas opções na hora de configurar o veículo. O Up!, por exemplo, deixou de ser um carro pelado com a inserção de mais tecnologia e conforto. O Uno - que já custa acima de R$ 42,9 mil - não está mais pelado. O modelo já vem com o motor 1.0 de três cilindros, ar-condicionado e direção assistida, entre outros itens.

O Etios perdeu as versões mais caras para o Yaris, que tem duas opções de carroceria.
Na Volks, a sofisticação começou com o Fox, que passou a ter só duas versões: Connect e Extreme. O CrossFox saiu de linha e o Golf perdeu versões 1.6 e a 1.0 turbo com câmbio manual. Agora, para a 1.0 só há automático.
Gol e o Voyage têm, hoje, 30 combinações possíveis. Já foram 300.

A Chevrolet foi a primeira grande fabricante local a ter menos versões. Golf e Cruze Sport6 foram os modelos mais atingidos.
Nessas mudanças, entram acessórios e sobem os preços. Todos os modelos citados estão ao menos R$ 5 mil mais caros que antes.

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