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Três Lagoas, 23 de abril

Falta de funcionários afeta trabalho em escolas da cidade

Por falta de servidores, alunos ficam sem merenda nas escolas estaduais do município

Por Arquivo JP
29/05/2013 • 08h57
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Faltam funcionários administrativos nas dez escolas da Rede Estadual de Ensino de Três Lagoas. Nenhuma dessas unidades escolares está com o quadro completo de servidores para trabalhar nas secretarias, na limpeza, cozinha, recepção e portaria, bem como em outros setores.

Um levantamento realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Três Lagoas e Selvíria (Sinted) mostra que o quadro de funcionários administrativos por unidade escolar é reduzidíssimo. Por esse motivo, algumas escolas vêm encontrando diversas dificuldades, entre elas, a falta de profissionais para o preparo da merenda, assim como manter a escola limpa.

Para manter os serviços básicos, alguns servidores acabam ficando sobrecarregados, tendo que trabalhar acima da carga horária prevista, que é de seis horas. Em algumas escolas, a situação é ainda mais preocupante, já que, por falta de funcionários, os alunos estão ficando sem merenda. Esse fato vem ocorrendo em alguns turnos de funcionamento das escolas Bom Jesus e João Ponce de Arruda. 

Segundo a direção dessas unidades escolares, o problema ocorre desde o ano passado e já foi comunicado à Secretaria Estadual de Educação, mas nenhuma providência foi tomada. Em algumas escolas, para não deixar os alunos sem merenda, alguns servidores trabalham dobrado para preparar o “lanche” dos estudantes. Na escola Fernando Corrêa, por exemplo, falta merendeiro para o período noturno, o que não deixa os alunos com fome, pois os funcionários do vespertino deixam a merenda pronta.

De acordo com a diretora do Fernando Corrêa e presidente do Conselho das Unidades Escolares Estaduais (COUNE), Sônia Barbosa, a carência de funcionários não é de hoje, uma vez que, há oito anos, as escolas vêm enfrentando esse problema em Três Lagoas. Além de merendeiras, segundo ela, faltam inspetores de alunos, funcionários para trabalhar na recepção, na portaria e para fazer a limpeza. Na escola Fernando Corrêa, por exemplo, ela disse que, para suprir essa carência, seriam necessários, pelo menos, oito funcionários.

O Jornal do Povo já havia levantando esse problema no começo do mês passado, quando, na escola Bom Jesus, havia alunos sem merenda devido à falta de funcionários para prepará-la. Durante a visita do governador André Puccinelli (PMDB), em Três Lagoas, nessa segunda-feira, a diretora do colégio João Magiano Pinto (Jomap), Ana Aparecido Ribeiro Camargo, aproveitou para cobrar providências dele a fim de que o Estado contrate mais funcionários administrativos para a escola.

Na oportunidade, Puccinelli disse que seria realizado convênio com a Prefeitura, para que a administração municipal assinasse contrato com a Associação de Pais e Mestres (APMs), a fim de que a entidade ficasse responsável pelas contratações. “Já determinei que a prefeita faça convênio direto com  as APMs, pois é mais rápido do que o governo realizar concurso, processo que leva um bom tempo. Nas escolas onde faltar merendeira e faxineira, já determinei que seja feito esse mesmo convênio entre a Prefeitura e APMs”, declarou o governador durante o seu discurso, logo após ser cobrado em público pela diretora da escola.

Em resposta ao Jornal do Povo, a Secretaria Estadual de Educação disse que o governado do Estado está terceirizando o serviço para atender às escolas em caráter de emergência. O processo de licitação, segundo a Secretaria, já está sendo concluído e a previsão é de que os funcionários comecem a trabalhar no próximo mês.

Para o diretor de Divulgação do Sinted, Petrônio Alves Corrêa Filho, os governos constroem prédios e não contratam funcionários para suprir a demanda. “Isso é uma vergonha. Os governos gostam de construir prédios porque é mais visível, mas não investem em concursos, na contratação de funcionários”, disparou.

A carência de funcionários nas escolas ocorre porque muitos estão de licença médica, pedem exoneração do serviço porque não se adaptaram, ou porque o salário é baixo ou ainda porque se aposentaram e não foram devidamente substituídos.

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