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Três Lagoas, 25 de abril

Gás para UFN 3 põe MS em negociação com chineses, russos e noruegueses

Interessados na compra da UFN 3 iniciam negociações sobre fornecimento de gás da Bolívia

Por Ana Cristina Santos e Valdecir Cremon
10/02/2018 • 11h00
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Grupos empresariais da China, Rússia e Noruega disputam a planta inacabada da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN 3), da Petrobras, de Três Lagoas. Para tanto, iniciaram negociações com o governo do Estado e da Bolívia sobre o fornecimento de gás natural para abastecimento da fábrica. No pacote de vendas da Petrobras, que inclui a usina de fertilizantes de Araucária (PR), a estatal não se responsabiliza pelo abastecimento por gás à UFN 3.

De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, empresários dos três países questionam o Estado sobre o fornecimento do combustível. Em entrevista, nesta semana, o secretário disse que houve avanço da negociação com bolivianos, que têm interesse em fornecer gás à fábrica e na comercialização de ureia produzida por uma usina instalada em Bulo Bulo, na região central do país. Um contrato de confidencialidade e um memorando de entendimentos sobre o preço do gás foi assinado com bolivianos, disse Verruck.

Com a Petrobras fora da negociação do combustível, o interesse aumenta. “Todos grupos interessados na UFN 3 precisam, antes, definir um fornecedor porque nenhuma empresa pode fazer uma oferta para a UFN 3  sem saber o preço que terá de pagar pelo gás. E para Mato Grosso do Sul é fundamental que esse gás venha da Bolívia - nosso fornecedor - porque a MSGás [a companhia estadual de distribuição de gás] será a fornecedora e porque vai gerar recolhimento de ICMS ao Estado”, destacou.

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A MSGás fornece a empresas de Três Lagoas, principalmente às fabricantes de celulose. A UFN 3 deverá utilizar 2,2 milhões de metros cúbicos de gás por dia. “É também por isso que o governo do Estado e a MSGás entraram fortemente na negociação”, explicou.

Verruck disse acreditar que até maio todo o processo de venda da fábrica esteja concluído e que, no início do segundo semestre, a obra seja reiniciada.  

A instalação da unidade parou dezembro de 2014, com 82% do plano físico concluído, após a estatal romper contrato com as empresas Sinopec e Galvão Engenharia, acusadas de não pagar fornecedores e prestadores de serviços de Três Lagoas, e que até hoje brigam na Justiça para receber.

INCENTIVOS FISCAIS
Além do gás, os empresários também buscam informações sobre a manutenção de incentivos fiscais concedidos à Petrobras. “São três empresas com grande conhecimento na área de fertilizantes. Acho que a disputa vai ser extremamente importante. Qualquer uma que comprar [a UFN 3] acreditamos que satisfaz”, destacou.

Verruck também defende que o município prorrogue benefícios e o prazo para a conclusão da obra. De acordo com a lei que autorizou a doação de área para a fábrica, o terreno e os investimentos devem voltar ao município até março deste ano. A Petrobras já gastou R$ 3,21 bilhões na obra.

“Se a prefeitura e a Câmara cancelarem [o contrato com a Petrobras], entendemos que [a UFN 3] viraria sucata e  que criaria uma grande demanda judicial. Esse é o momento de prorrogar o prazo. É o que estamos fazendo no governo do Estado: sinalizando para a Petrobras que vamos manter os incentivos, mas de que [o comprador] tenha a obrigação de retomar a obra em um determinado prazo”, disse.

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