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Três Lagoas, 10 de maio

Governo de MS tenta atrair investidores a megaporto de cargas em Três Lagoas

Viabilização de polo intermodal e porto seco também depende de prefeituras de pelo menos 15 cidades de MS

Por Ana Cristina Santos e Valdecir Cremon
15/11/2019 • 07h15
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Um projeto apresentado, nesta semana, pelo governo de Mato Grosso do Sul a representantes de 15 cidades do Estado pode ser o destravamento do transporte de cargas para os portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), com a instalação de polos intermodais em Três Lagoas e Campo Grande, com aproveitamento da confluência de rodovias e da ferrovia da extinta Rede Ferroviária Federal.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, José Aparecido de Moraes, representou Três Lagoas na reunião.  
O projeto prevê, inicialmente, a recuperação da Malha Oeste, concedida à empresa Rumo Logística, e inclui a Estação Aduaneira, o porto seco de Três Lagoas, aprovado pela Secretaria da Receita Federal desde 2017. O polo logístico de Campo Grande está em estágio adiantado de instalação, com 98% do projeto executados.

Contudo, sozinho, o polo da capital não remove o gargalo do transporte, principalmente de minério de ferro, da região de Corumbá, e de celulose, de Três Lagoas, como de carne bovina industrializada da região metropolitana de Campo Grande.

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Por isso, o governo tenta inserir o projeto da ferrovia Transamericana no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), do governo federal, para atrair investidores, especialmente na possível instalação do “hub intermodal” de Três Lagoas, projetado para concentrar o transporte e o transbordo de cargas por todos os meios de transporte disponíveis, o que inclui o aeroporto e a hidrovia Tietê-Paraná.

Hoje, apenas contratos de transporte da Rumo com a Vale, Arcelor Mittal e a Suzano, fabricante de celulose, mantém ativa a Malha Oeste, entre Bauru (SP) e Três Lagoas. O transporte de combustíveis e de demais produtos industrializados para Corumbá e outras regiões do Estado está paralisado desde 2015 por incompatibilidade da passagem de trens da concessionária por trechos com bitola estreita, de um metro. As composições em uso necessitam de linhas com bitola larga, de 1,45 m. Outro problema é a precariedade dos trilhos, que precisam ser substituídos, segundo estudo apresentado pela Rumo ao governo estadual, em 2017, com estimativa de investimento de R$ 1,9 bilhão condicionado à renovação antecipada da concessão em seis anos. A empresa quer mais 35 anos de exclusividade no transporte ferroviário nas áreas já concedidas - assunto que é analisado pelo ministro Augusto Nardes, do TCU (Tribunal de Contas da União) desde o primeiro semestre do ano. O contrato da União com a Rumo termina em 2025.

Durante o encontro em Campo Grande, o secretário estadual Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), detalhou o cenário da ferrovia, a alta demanda de produtos, a possibilidade de alcançar mercados externos e a necessidade de empenho dos municípios para viabilizar a reestruturação do trecho. Uma das dificuldades seria a desapropriação de áreas para a expansão da ferrovia em todas as cidades do traçado.

PORTO SECO

O projeto da ferrovia prevê a instalação de um porto em Três Lagoas, que seria um “concentrador e regulador de cargas”, com a Estação Aduaneira para “desembaraço alfandegário, um setor de cargas dedicado à UFN 3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), em processo de venda pela Petrobras ao grupo russo Acrom Group desde o início deste ano, além do transbordo e carregamento de containers.

O hub intermodal de Três Lagoas deve ocupar uma área de três milhões de metros quadrados, que inclui uma “pera ferroviária” - um pátio em formato circular, que possibilita o transbordo de cargas sem a necessidade de desmembramento de composições de vagões, “que  garante mais agilidade e segurança no escoamento”, segundo resenha do projeto entregue por Verruck aos representantes dos municípios.

O porto seco está em discussão desde 2012. Há dois anos, a Prefeitura de Três Lagoas aguarda o desmembramento de uma área particular, doada informalmente ao município por um agropecuarista, para repasse à União, responsável pela instalação do porto. 

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