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Três Lagoas, 26 de abril

Governo negocia com a Bolívia fornecimento de gás para UFN3

Autoridades bolivianas solicitaram também uma visita na fábrica de fertilizantes

Por Ana Cristina Santos
08/02/2018 • 06h16
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O fornecimento de gás natural para viabilizar o funcionamento da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras (UFN3), em Três Lagoas, foi discutido em reuniões realizadas no início da semana entre autoridades bolivianas, brasileiras e os interessados em adquirir a fábrica, cuja a obra foi paralisada em dezembro de 2014.

De acordo com o diretor-presidente da Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul (MSGAS), Rudel Trindade, durante o encontro aconteceram intensos debates sobre o fornecimento de gás natural para viabilizar o funcionamento do empreendimento. “Tivemos longas e minuciosas conversas sobre a proposta de empresas interessadas em solicitar o fornecimento de gás natural para a UFN3, a partir de 2021. E o principal, a Bolívia não se opôs ao fornecimento demandado”, informou.

As autoridades bolivianas, inclusive, concordaram com a assinatura de um termo de confidencialidade e um possível memorando de entendimentos, contemplando questões como preços do gás natural e comercialização da ureia.

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Segundo Rudel Trindade, as autoridades bolivianas já solicitaram também uma visita a UFN3. “Esse encontro teve uma particularidade, que foi uma preocupação demonstrada pela Bolívia em relação a uma possível competição de ureia no mercado de Mato Grosso do Sul, uma vez que os bolivianos já estão em negociação para exportar mais ureia para nosso País e que ampliaram a produção com a unidade de fertilizantes e Bulo Bulo. Diante disso, ficou evidente que há a intenção da parte deles [bolivianos] em uma associação com possíveis compradores das unidades de fertilizantes”, explicitou.

COMPRADORES

Os empreendedores interessados em adquirir a unidade de fertilizantes, segundo o governo do Estado, demonstraram grande conhecimento no setor de fertilizantes durante o encontro. Detentores de fábrica de ureia, eles já comercializaram o produto no Brasil, através de distribuidores brasileiros.

Segundo Trindade, esses potenciais compradores da UFN3 consideram que o mercado brasileiro de fertilizantes tem demanda mais do que suficiente para absorver a produção da UFN3, da Ansa e de Bulo Bulo.

Os bolivianos estimam que após 2021 e seguindo um cronograma a ser estabelecido, deverão ser abastecidos via Gasbol: a Ansa, com 1,7 milhões de m3/ dia e a UFN3, com 2,2 milhões m3/dia.

Para o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, viabilizar a obra da UFN3 é de suma importância para Mato Grosso do Sul. “No documento de venda a Petrobras deixou claro que a compradora da UFN3 terá que se responsabilizar pelo fornecimento de gás natural. Para nós, além de ser de suma importância que a obra seja finalizada, é interessante que o gás continue sendo importado da Bolívia e é por isso estamos intermediando conversas entre os possíveis compradores, o país vizinho e a estatal brasileira, que precisa definir quanto vai importar de gás a partir de 2019, para que os próximos passos sejam dados”, destacou.

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