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Três Lagoas, 19 de abril

IP bateu o martelo há sete anos em Eastover (EUA)

A decisão de instalação de fábrica de celulose e papel em Três Lagoas foi tomada há sete anos, na Carolina do Sul

Por Edmir Conceição/JP
26/03/2013 • 09h05
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A decisão de instalação de fábrica de celulose e papel em Três Lagoas foi tomada há sete anos, em Estover, na Carolina do Sul. O tempo de maturação foi de seis meses, entre 10 de maio e 10 de novembro de 2005. Em 10 de maio, Três Lagoas foi apresentada aos diretores da International Paper pela então prefeita Simone Tebet. A comitiva brasileira que “vendeu” a ideia de transformar a costa Leste de Mato Grosso do Sul em polo de celulose e papel incluía, além do governador e secretários da área econômica, o presidente da FIEMS à época, Alfredo Fernandes, e representantes do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio Exterior e do Ministério das Relações Exteriores. John Faraci, CEO da International Paper, disse estar impressionado com a logística e potencial hídrico de Três Lagoas. A água é um dos principais insumos na depuração da fibra do eucalipto.

Acompanhada pelo então governador do Estado, José Orcírio Miranda dos Santos, na fábrica da IP de Estover, Simone Tebet convenceu a diretoria da IP que as potencialidades locais e a logística eram as ideais para o maior projeto da companhia fora dos Estados Unidos. Eram duas opções: Brasil e Rússia. Após a visita da comitiva brasileira, no mês seguinte, a companhia decidiu que Três Lagoas reunia as melhores condições: base florestal excepcional, em razão do tempo de formação do eucalipto, muito menor que na Rússia (corte em sete anos contra 10 anos no leste europeu), água e energia em abundância, logística privilegiada, com sistema multimodal e proximidade com os principais centros consumidores em relação ao mercado interno. 

Faltava decidir, no entanto, se a fábrica seria de celulose ou de celulose e papel, ou simplesmente papel. Iniciou-se, então, uma negociação muito bem articulada de prospecção do setor de celulose no Brasil. A ideia de uma fábrica de papel era mais viável, mas havia necessidade de montar as bases de uma indústria de celulose competitiva, ou seja, sem grandes custos de transporte. O resultado é o que se vê hoje. Com a troca de ativos com a poderosa Votorantim Celulose e Papel (VCP), nasceu a Fibria, hoje principal fornecedora da celulose de fibra curta para a IP, que fica ao lado. 

EXPANSÃO
E o processo não para com o conglomerado que hoje reúne duas gingantes da celulose e o maior projeto de fabricação de papel da Internacional Papel fora dos Estados Unidos. De acordo com a FIEMS, não exatamente em Três Lagoas, mas na área de influência, provavelmente em Selvíria e Inocência, onde será possível captar água e as florestas de eucalipto se expandem rapidamente, podem ser instaladas mais duas fábricas de celulose. Segundo o Chief Executive Officer (CEO) da Eldorado, José Carlos Grubisich, a demanda por celulose no mundo cresce em torno de 1,5 milhão de toneladas ao ano, ou seja, é necessário construir uma fábrica do porte da de Três Lagoas a cada 12 meses para atender ao mercado global.

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