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Três Lagoas, 28 de março

Irmãos Batista firmam compromisso de venda da Eldorado com APP

A J&F Investimentos firmou Termo de Compromisso com a empresa asiática Asia Pulp and Paper (APP)

Por Redação
28/08/2017 • 07h34
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A J&F Investimentos, holding dos irmãos Joesley e Welsley Batista, e a asiática Asia Pulp and Paper (APP), da Indonésia e com operações na China, firmaram um Termo de Compromisso com definição de todas as condições comerciais de venda do controle da Eldorado Brasil Celulose. A assinatura do termo ocorreu no fim da tarde de sábado (26), conforme publicado no jornal Valor Econômico.

Com essa etapa definida, foi iniciado ontem o processo de auditoria (due diligence) da companhia e seu ativos, com acesso da APP à sala de informações (data room virtual) da Eldorado. Essa fase inclui visitas à fábrica de celulose em Três Lagoas (MS) e a suas florestas na região.

Um termo como esse, em geral, tem prazo mínimo de 30 dias, período em que se avaliará toda a empresa. Mas o negócio pode ser concluído antes, pois a APP vem há quase um mês, com assessoria do BTG Pactual, conversando com os Batista e suas equipes de negociações, informou a fonte.

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Ao mesmo tempo, apurou o Valor, os dois lados já vão trabalhar no acordo de venda (Share Purchase Agreement), com previsão de ser assinado em uma a duas semanas. As tratativas com a APP, conforme informações da J&F, tiveram início em 4 de agosto, tão logo foram encerradas (sem acordo) as negociações com a chilena Arauco, que obteve 45 dias de avaliação exclusiva do ativo.
A chilena teria feito uma proposta de US$ 4,2 bilhões (R$ 13,8 bilhões em 16 de junho). A oferta da APP para avaliar a Eldorado seria da ordem de R$ 15 bilhões. Esse valor, se mantido no fechamento da operação, vai descontar uma dívida de R$ 7,5 bilhões. A diferença seria rateada proporcionalmente entre a J&F, que tem quase 81% das ações, os fundos de pensão Petros e Funcef, com 17%, e o fundo Olímpia, dono de 2%.

Questionada na semana passada pelo Valor sobre a oferta pela Eldorado, a APP limitou-se a responder, por e-mail, que "não está comprando a Eldorado". "No entanto, o Brasil segue como importante mercado para nós e podemos explorar as possibilidades de novos investimentos no futuro", acrescentou a empresa na nota.

Além de produzir celulose e papel na China e na Indonésia, a APP é dona de oito fábricas de celulose de fibra longa, que juntas fazem 2,5 milhões de toneladas anuais no Canadá e na Europa, por meio da empresa Paper Excellence. A PE é ainda produtora de papel.

A Eldorado, apta a fabricar 1,7 milhão de toneladas ao ano de celulose de fibra curta, foi colocada à venda pelos Batista no início de junho, logo após o acordo de delação premiada dos irmãos Batista e de executivos da JBS, empresa de proteina animal da J&F, feito com Ministério Público Federal.
Inicialmente, a APP tinha prazo de negociação, sem exclusividade, até 3 de setembro. Agora, o prazo deve ser estendido. Porém, nesse tempo, a estatal chinesa do setor China Paper Corporation propôs à J&F abrir negociações sobre a Eldorado, com indicação de uma oferta de R$ 16 bilhões, segundo fontes próximas.
Assessorada pelo HSBC, a chinesa tem capacidade para fazer 2,8 milhões de toneladas anuais de celulose e papel. Pertence ao China Chengtong Holdings Group, que tem atuação em outros negócios. A China Paper tem nove subsidiárias que produzem papel para embalagens e celulose de fibra longa.

Segundo informações, a indonésia April também teria apresentado posposta de R$ 15,8 bilhões. No entanto, não foi tão incisiva quanto a APP no negócio. As brasileiras Fibria e Suzano, também interessadas, não chegaram a iniciar tratativas com os Batista.

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