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Três Lagoas, 24 de abril

Jornalismo perseverante 10

Leia a edição especial de comemoração aos 70 anos do Jornal do Povo

Por Redação
19/08/2019 • 07h00
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Como em todas as cidades brasileiras, até o início da década de 1990, usar telefone era um exercício de paciência. Não havia linhas  e “troncos” suficientes para atender a demanda dos usuários, que ficaram horas aguardando “completar uma ligação”, razoavelmente como era no tempo em que telefonistas plugavam cabos em extensas mesas de conexão entre telefones e cidades. Em grande parte das tentativas era impossível concluir uma ligação sem quedas ou variações de som e de transmissão. 

O Jornal do Povo registrou diversas reclamações de empresários e de moradores em geral contra a precariedade do sistema. Havia até quem preferisse viajar a Castilho e Andradina, no Estado de São Paulo, quando a necessidade de telefonar fosse primordial.

Até a privatização da telefonia, o serviço era executado pela extinta empresa Telemat, que chegou a possuir 155 mil linhas fixas em operação - um número considerável para um estado em que a quantidade de cidades não chega, até hoje, a uma centena e que tinha, na época, pouco mais de 1,5 milhão de habitantes. Pouco antes da privatização surgiu a Telems, que ficou com 95 mil linhas, até a fusão de todas as operadoras na Brasil Telecom. O telefone celular começou a funcionar, no Estado, em 2004 - uma década depois de operar, por exemplo, em Minas Gerais.

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Ainda na época da Telems, a população três-lagoense sofria para usar telefones. A extensão do cabeamento para instalação de novas linhas era demorada e cara. Mesmo assim, o Jornal do Povo noticiou que a empresa ofereceria novos telefone a pouco mais de R$ 82 - pouco para usuários que se habituaram a alugar linhas telefônicas, em um segmento do negócio que deu muito lucro e por muitos anos. 

Uma edição do JP, de janeiro de 1998, anunciava com destaque que o serviço seria ampliado em 3,7 mil linhas apenas em Três Lagoas. O número não era suficiente para a época, apesar de a população da cidade não passar de 75 mil habitantes. A demanda era maior, e a solução demorou para chegar. 

Em 2004, com celulares em funcionamento e a expansão das redes físicas, a telefonia passou a ser considerada suficiente, apesar de pressionada, poucos anos depois, pela instalação das fábricas de celulose, UFN 3 etc. 

O avanço da telefonia, semelhante ao do fornecimento de energia elétrica, faz parte de uma coleção de correções de rotas, em Três Lagoas. Historicamente, os serviços foram considerados insuficientes e precários. Foi aí que o Jornal do Povo atuou como defensor do desenvolvimento ao cobrar, primeiro, as autoridades e, depois, as empresas concessionárias. Isso ocorreu não apenas com a Oi, ainda quando as empresas se fundiram na extinta Brasil Telecom, mas com as demais empresas prestadoras de serviços públicos de água, energia e transportes. Uma delas, a Elektro, e a estatal Sanesul, foram “personagens” de dezenas de reportagens geradas por reclamações de usuários e clientes. Por analogia, a modernização da telefonia também foi resultado de coberturas jornalísticas da imperfeição do serviço, das soluções e alternativas buscadas, erros e acertos desde que o desenvolvimento passou a exigir mais qualidade.  

 

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