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Jornal do Povo completa 70 anos de muitas notícias, em Três Lagoas

Por Redação
29/07/2019 • 08h08
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A   cobertura do noticiário policial foi é ainda é um dos principais desafios da imprensa escrita brasileira. Noticiar ocorrências apenas com base em versões oficiais de autoridades, principalmente das polícias, sem “ouvir o outro lado” historicamente desagrada o leitor, enquanto que “ouvir o outro lado” nem sempre é agradável para quem quer apenas ver publicadas as versões oficiais. Por esta e por outras várias razões, jornais que surgiram antes de 1980 sempre tiveram grandes dificuldades para cobrir o noticiário policial. Com o Jornal do Povo não foi diferente.   

Surgido no pós-guerra, na década de 1940, e tendo enfrentado três regimes de governo e dezenas de alterações na legislação, o JP se prendeu ao registro de boletins de ocorrência para suprir a editoria policial. Somente após 1980 as notícias da criminalidade ganharam mais espaços.

Em novembro de 1997, o Jornal do Povo surpreendeu leitores ao divulgar nome e idade de um homem morto pela Polícia Militar. Até àquela época, o comum era manter ocultos nomes e detalhes de todos os envolvidos em ocorrências com mortes em casos do tipo, como de um suspeito por estupros em Inocência.

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Antes disso, em 1993, o JP passou a estampar notícias policiais como manchete de capa. Foi o caso de um assalto a uma casa do bairro São João, em que uma mulher foi ameaçada de morte por dois ladrões. A reportagem deu detalhes de como os bandidos invadiram a casa, armados, renderam a mulher e levaram diversos objetos e dinheiro. A Polícia Civil anunciou que iria investigar o crime. 

A cobertura policial, contudo, tornou-se editoria permanente do jornal logo no início da industrialização de Três Lagoas, após o ano 2000. Casos de crimes de mortes ganharam espaços na primeira página e disputavam a manchete com outras editorias que antes “dominavam” as publicações.

A escalada da violência cresceu ano a ano. Em 2001, uma mulher assassinou a tiros um trabalhador que pensou ser o ladrão de uma bicicleta. Mas, nada comparado com o número de crimes violentos relatados em reportagens após a chegada de trabalhadores para as obras de instalação de indústrias. Em 2005 houve 22 assassinatos - quase dois por mês, em média.

Em diversas reportagens, Jornal do Povo mostrou esforços das polícias no combate a crimes. Mesmo assim, os registros de mortes violentas nunca mais baixaram da  média de uma por mês, anualmente, até 2018. Neste ano, contudo, os registros apontam para uma queda do número de mortes, com o registro de quatro assassinatos até junho.
   

 

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