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Jornalistas acompanham colheita noturna de eucalipto em floresta

São 120 árvores colhidas por hora, mesma produtividade que durante o dia; em minutos, o eucalipto está pronto para o transporte

Por Sergio Colacino
08/04/2017 • 09h51
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Pela primeira vez a Fibria, fábrica de celulose instalada em Três Lagoas, permitiu que jornalistas acompanhassem a colheita de eucalipto em uma das fazendas da empresa, durante a noite. O trabalho de retirada e preparo das árvores foi no módulo 17, que fica às margens da rodovia BR-262, a cerca de 120 quilômetros da cidade. No local, estão plantados 200 hectares de eucalipto, que devem ser colhidos e enviados para a fábrica em um mês e meio.

O módulo 17 fica em um local afastado, perto de Água Clara, onde sinais de telefone e internet, por exemplo, não existem. Mas a estrutura de trabalho montada é como um oásis no meio da floresta. Containers com energia fornecida por geradores servem de refeitório, almoxarifado, sala de equipamentos e escritório. Tudo com acesso a internet à radio e telefone.  “Em um mundo conectado como a gente vive hoje, viver em lugar sem sinal de telefone sequer é difícil. Por isso a gente tem internet de 8 mega, as famílias dos operadores podem fazer ligação de telefone de modo mecanizado, também”, conta o gerente de colheita, Rafael Oliveira de Azevedo.

O trabalho é feito 24 horas por dia. A produção não para. E mesmo durante a noite, a produtividade não cai. Em média, são colhidas duas árvores por minuto. Em uma hora são 120 árvores prontas para serem levadas para a fábrica. Tudo isso graças a uma máquina florestal chamada harvester. Esse equipamento derruba, descasca e corta o eucalipto no tamanho certo. “É um processo de colheita chamado ‘cut to length’ (corte no comprimento, em inglês). O harvester corta, processa - que é o descascamento da árvore, e corta em toras de seis metros e meio em média”, explica Rafael. Depois disso, as toras são colocadas empilhadas e começa o processo de baldeio. “Uma outra máquina, o ‘forwarder’, que possui uma caixa de carga na traseira e uma grua com garra que abastece essa caixa, leva a madeira para a beira de estrada, formando pilhas prontas para serem transportadas para a fábrica”, completa. 

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Nem debaixo de chuva o trabalho é interrompido. O único transtorno causado pelo clima é a ventania. Se as rajadas de vento forem muito fortes, a colheita para. Para trabalhar com segurança à noite, os harvesters comprados pela empresa de uma fábrica japonesa sofreram algumas adaptações, como na iluminação, por exemplo.  Mas, de acordo com o gerente de colheita, o trabalho noturno não muda em relação com a equipe do dia. “A iluminação na máquina é perfeitamente suficiente para a operação. O único cuidado que precisa ter é o entorno porque o seu raio de visão é menor. Então a gente pede um pouco mais de atenção”, diz.

Hoje, a Fibria tem seis módulos de colheita como esse espalhados em fazendas de eucalipto. Depois de concluído o trabalho, a estrutura itinerante é desmontada e vai para a próxima fazenda, onde todo o processo é repetido. Com o projeto Horizonte 2, o número de módulos de colheita deve pular para 11.

Vão ser necessários 187 mil hectares de florestas plantadas para abastecer a nova linha de produção, que deve entrar em funcionamento no segundo semestre deste ano. Cada árvore de eucalipto leva de seis a sete anos para ser colhida. Cinco meses após a colheita, uma nova floresta é plantada. Hoje, são colhidos em média 1.250 hectares por mês. A nova linha vai aumentar a capacidade de produção de celulose de 1,95 milhão para 3,25 milhões de toneladas de celulose por ano, transformando a unidade de Três Lagoas em um dos maiores produtores de celulose de eucalipto do mundo.

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