RÁDIOS
Três Lagoas, 16 de abril

Jovem conta história de superação após descobrir ser portadora de HIV

Médica veterinária, atleta e professora de Muay Thai para mulheres, Raiza descobriu ser soropositivo e conscientiza população

Por Steffany Pincela
16/09/2017 • 23h55
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“Eu não entendo o preconceito. A forma que se pega o vírus não é a mesma forma que uma pessoa engravida? Engravidar é feio? Por que o HIV é? Eu não entendo!”, isto é o que diz Raiza Medeiros, uma jovem de 27 anos, que descobriu há cerca de um ano ser portadora do vírus HIV.

Médica veterinária em Três Lagoas, atleta e professora de Muay Thai para mulheres, Raiza conta sua história de superação. Ela relembra que os primeiros sintomas apareceram há um ano, quando percebeu que seu rendimento caiu nos treinos, no trabalho, além de sentir muito sono e dores na garganta. Foi quando a jovem resolveu procurar um médico, que pediu uma bateria de exames, entre eles, o de HIV. “Eu não vi problemas em fazer os exames. Mas não imaginava que o resultado seria esse. Pensei que poderia ser doenças hereditárias, como reumatismo ou hipotireoidismo”, contou.

Quando os exames chegaram, Raiza decidiu abri-los por conta própria. “Como sou médica veterinária, sei ler o exame. Ao notar que estava com Aids, gritei  minha mãe e cheguei a passar mal”, relembrou. 
No mesmo dia, ela comentou com uma amiga de confiança, que também é veterinária e trabalhavam juntas. A mesma falou com uma médica que a orientou a procurar um infectologista com urgência. Após procurar os médicos, foi confirmado que ela é soropositivo.

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Conforme a veterinária, o médico explicou tudo sobre a doença e ela passou a ler mais sobre o assunto, a buscar por informações, mas o processo não foi nada fácil. “Foi difícil nos primeiros meses, sofri muito. Eu queria treinar e não dava conta porque estava muito fraca. Me senti muito sozinha”, disse.
Além de tudo, Raiza teve resistência ao tratamento, foram seis meses tomando medicamentos que não fizeram efeitos.

A jovem destaca, ainda, que nunca teve problemas em ter um relacionamento amoroso depois que recebeu o diagnóstico e que é sempre muito transparente. Ela diz e que sempre foi de namoros sérios. Hoje, Raiza tem um parceiro que não tem preconceito algum e se dão muito bem. “É possível um portador de HIV ter um relacionamento, é só se cuidar, não é?” pontuou.

E pessoas com preconceito não faltaram nesta história. A atleta conta que amigos se afastaram e já teve casos em que uma amiga disse para um rapaz que a elogiou, que ela era soropositivo, e que ele não deveria se relacionar com a veterinária. 

“Inicialmente, resolvi postar um vídeo porque eu já estava cansada de ouvir comentários ao meu respeito, em lugares que eu frequento e de pessoas me olhando diferente, como ‘será que ela tem?’ Mas também queria ajudar ao próximo a se conscientizarem da importância do sexo seguro”, finalizou.

Conscientização

Conforme a atleta, se pudesse dar um conselho seria: “Antes de julgar conheça a história de vida da pessoa e o porquê ela passa por certas situações e, claro, usem camisinha sempre. Aos casais que pretendem terem um relacionamento mais sólido, mais sério, façam um exame os dois e conversem com os médicos,” completa.

Aids

Aids é uma doença que ataca o sistema imunológico devido à destruição dos glóbulos brancos (linfócitos T CD4+). A falta desses linfócitos diminui a capacidade do organismo de se defender de doenças oportunistas, causadas por microorganismos que normalmente não são capazes de desencadear males em pessoas com sistema imune normal.

O HIV pode ser transmitido pelo sangue, esperma e secreção vaginal, pelo leite materno, ou transfusão de sangue contaminado. O portador do HIV, mesmo sem apresentar os sintomas da Aids, pode transmitir o vírus, por isso, a importância do uso de preservativo em todas as relações sexuais.

 

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