RÁDIOS
Três Lagoas, 23 de abril

Justiça nega novo pedido da Paper Excellence para comprar Eldorado

Decisão não obriga J&F a fechar o negócio, mas garante à Paper Excellence direitos previstos em contrato

Por Ana Cristina Santos
19/09/2018 • 06h17
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Nesta semana, o Tribunal de Justiça de São Paulo negou, em segunda instância, o pedido de liminar feito pela Paper Excellence para finalizar a compra do controle da Eldorado Brasil, fabricante de celulose, instalada em Três Lagoas.

De acordo com a Folha de São Paulo, no fim do mês passado, o juiz de primeira instância já havia acolhido os argumentos da defesa e concedido apenas parcialmente a liminar: não obrigou a J&F a fechar o negócio, mas garantiu à Paper Excellence os direitos previstos em contrato até a decisão da arbitragem.

 Com mais este revés na Justiça comum, a Paper Excellence vai ter que aguardar a decisão da arbitragem privada contra a J&F, o que pode demorar meses.  Ainda de acordo com a Folha, na sexta-feira (14), a Paper Excellence comunicou a indicação do seu árbitro para compor o tribunal e agora a J&F tem 30 dias para indicar o seu representante. Depois disso, os dois árbitros escolhem um terceiro. Só aí o tribunal de arbitragem passa a discutir o mérito.

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A J&F e Paper Excellence são sócias na fabricante de celulose com, respectivamente, 51% e 49% do capital. Em setembro de 2017, a J&F anunciou a venda da Eldorado para a Paper Excellence por R$ 15 bilhões, incluindo R$ 7,5 bilhões em dívidas. O negócio, todavia, seria concluído em etapas. A Paper Excellence comprou de saída 13% da Eldorado e, poucos meses depois, elevou sua participação para 49%.

 A partir daí, a companhia teria um ano para levantar o financiamento necessário para adquirir o restante da empresa. A Paper Excellence, porém, começou a enfrentar dificuldades nas conversas com os bancos. A companhia propôs então fazer um aporte de R$ 6,8 bilhões na Eldorado para pagar antecipadamente as dívidas e liberar as garantias -uma das pré-condições para fechar o negócio.

Ainda de acordo com a Folha de São Paulo, pessoas próximas aos donos da Paper acusam os controladores da J&F de terem agido de má fé ao não cooperar para a liberação das garantias. Dizem que a J&F quer renegociar o valor acertado, já que preço da celulose subiu mais de 40% desde que o contrato inicial foi assinado.

 

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