RÁDIOS
Três Lagoas, 19 de março

Laticínio transforma cenário do campo e gera renda maior

Produtores sobrevivem da agroindústria no Distrito do Arapuá

Por Kelly Martins
19/01/2020 • 13h00
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A rotina no campo começa cedo com a produção de leite, no Distrito do Arapuá, em Três Lagoas. São mais de mil litros recolhidos diariamente pelos produtores nas propriedades da região e levados para o Laticínio do Arapuá, uma pequena agroindústria que completou um ano de funcionamento e quem gerado o fortalecimento da bacia leiteira. São mãos que se unem para transformar ideias em negócios. E o resultado: geração de renda e emprego. 

O laticínio produz  o leite do tipo C, o de “saquinho”, e comercializa 1,2 mil litros por dia. As unidades são distribuídas em 63 estabelecimentos comerciais da cidade, entre padarias, sorveterias e supermercados. A pequena agroindústria é formada por 50 produtores rurais ligados à Associação do Centro Rural de Arapuá. Ao menos 28 deles produzem o leite e levam até o laticínio. 

“Agora não estamos mais sozinhos. A vida no campo não é fácil e ficou melhor porque estamos unidos. Podemos enfrentar a concorrência e vender o litro de leite com valor abaixo do mercado e garantir a renda no final do mês”, avaliou o produtor rural Isaías da Graça, que mora há 11 anos na região.  O custo do leite é um inimigo para muitos produtores em Mato Grosso do Sul. O valor pago pelo litro do leite no Estado é um dos menores no país e justamente para driblar esse cenário e fortalecer a cadeia produtiva, esse grupo investe no associativismo.

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VALORES
O presidente da Associação do Centro Rural, Vanderlei Ferreira, explica que o litro do leite, antes do Laticínio do Arapuá, se mantinha no valor de R$ 0,80 para o produtor.  Já atualmente está entre R$ 1 e R$ 1,20. “Muitos produtores rurais estão conseguindo se manter com o dinheiro gerado do leite. Até mesmo o rebanho leiteiro do Arapuá aumentou. No ano passado e no anterior, nós entregávamos o leite no valor de R$ 0,65 e, hoje, o mínimo que o laticínio pagou foi de R$ 1. Os filhos dessas famílias de produtores de leite estavam indo embora e, agora, a nossa intenção é a de segurá-los na propriedade para poder ajudar os pais”,  frisou. 

O laticínio está em funcionamento há um ano e gera lucro de R$ 35 mil por mês, segundo a associação. Foto: Vinicius Leal/TVC 

O laticínio completou um ano de operação no dia 15 de dezembro de 2019, tem quatro funcionários e gera lucro mensal de R$ 35 mil. Após alguns meses em funcionamento, a unidade também iniciou a produção de iogurte, chegando a gerar 4,5 mil litros. O produtor rural Joelson Sebastião da Silva, que está no distrito há 28 anos e é o tesoureiro da associação, explica que o sabor de morango foi o escolhido inicialmente para o processamento. Porém, a empresa já está certificada para produzir os sabores de coco e salada de frutas. “Vamos iniciar a produção desses novos sabores ainda neste ano assim como pretendemos aumentar a industrialização do leite passando a comercializar dois mil litros por dia. O laticínio também deve ampliar as vendas com a produção de queijo e manteiga”, informou. 

TESTE DE QUALIDADE
Quem trabalha com a produção de leite sabe que cada detalhe é importante para o sucesso do negócio. Todo leite levado pelos associados ao laticínio passa por avaliação da equipe técnica do laboratório e processamento. São realizados vários testes para garantir a qualidade do produto final. Somente após a análise, o leite é pasteurizado e chega à mesa do consumidor pelo valor de R$ 2,20. 

APOIO
A unidade recebe o apoio do Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial da Fábrica de Papel e Celulose Suzano, que investiu, além das consultorias, R$ 1 milhão na reforma e ampliação do laticínio. “A empresa busca pelo desenvolvimento local e o fortalecimento. Há uma cadeia estrutura para garantir bons resultados como estamos vivenciando agora com o laticínio, que faz parte do programa, e que visa fortalecer a bacia leiteira da região”, observou a consultora de Desenvolvimento Social da empresa, Evânia Lopes. 

Todo o leite que chega passa por teste de qualidade. Uma equipe de laboratório faz análise do leite. Foto: Vinicius Leal/TVC
 

 Confira a reportagem abaixo:

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