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Três Lagoas, 23 de abril

Leishmaniose reduz população canina na cidade

Em meados de 2001 eram mais de 20 mil cães; só em 2008 foram sacrificados mais de 4,5 mil

Por Danilo Fiuza
08/01/2009 • 06h30
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A população canina na zona urbana de Três Lagoas, em pouco mais de sete anos, caiu de 20 mil animais para menos de oito mil. A principal causa da redução drástica do número de cães continua sendo a leishmaniose. Somente na manhã de ontem (7), no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), foram sacrificados 45 cães, todos comprovadamente infectados de leishmaniose e, na sua grande maioria, eram fêmeas. Em 2008, a média mensal de eutanásias de cães doentes foi de 380. Isso resultou na morte de mais de 4,5 mil cães no ano passado.
Diariamente, nesta primeira semana de 2009, o CCZ vem recebendo, em média, 25 pedidos de moradores, “para que os cães sejam recolhidos, porque apresentam sinais sintomáticos da leishmaniose e já estão na fase terminal da doença”, informou o diretor do CCZ, veterinário Antônio Luiz Teixeira Empke.
Segundo ele, a tendência é continuar a redução drástica da população canina na cidade de Três Lagoas, por causa dos altos índices da presença do mosquito flebótomo, também conhecido como birigui, palha ou cangalhinha, na maioria dos quintais e outras dependências das residências. A leishmaniose é transmitida ao homem através da picada do mosquito contaminado. O cachorro doente torna-se reservatório para o parasita. A pessoa acaba sendo contaminada, quando picada por um mosquito que se alimentou do sangue do animal doente.
“O problema maior é que boa parte dos cães só demonstra sintomas da leishmaniose quando a doença já está muito avançada”, comentou Antônio Empke.
Ele alertou que o dono do cão deve estar atento aos principais sintomas que aparecem no animal, quando ele está doente. Segundo ele, quando o cachorro emagrece, aparecem feridas pelo corpo, principalmente nas orelhas, cauda, focinho e entre as unhas das patas, “é importante procurar logo um veterinário. Se a medicação não resolver em uma semana, o animal está com leishmaniose”, alertou.

LIMPEZA

“Se a população não tomar consciência de que a leishmaniose se previne e se combate com a limpeza, de nada adiantará continuarmos sacrificando animais contaminados com a leishmaniose”, observou Antônio Empke.
“Desse jeito, teremos que enfrentar um outro problema sério de saúde pública. Se é reduzida a população canina, como vem ocorrendo nos últimos anos, o mosquito passará a picar mais o homem, que irá se tornar o reservatório do parasita que provoca a leishmaniose”, alertou.
“A única solução é a consciência de responsabilidade da população em manter limpos os seus quintais”, ressaltou. “Ficamos indignados de ver até em residências aparentemente luxuosas, o quanto de sujeira se encontra nos quintais e fundos dessas casas”, disse.
O maior problema, segundo avaliou o diretor do CCZ, continua no centro comercial urbano. “Os fundos de nossas lojas comerciais são verdadeiros e enormes focos de proliferação de mosquitos. A gente vê ali todo o tipo de material jogado, sem que os donos tomem consciência do perigo a que estão expostos e a que expõem toda a população”, comentou.
Apesar das inúmeras campanhas de limpeza urbana e “realizações de mutirões”, a população continua “sendo desleixada na limpeza de seus quintais. Desse jeito, a leishmaniose vai continuar nos preocupando”, lamentou.
 

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