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Três Lagoas, 19 de abril

Locação social é alternativa para habitação

Três Lagoas tem déficit de quatro mil moradias e poderá contar com essa alternativa

Por Redação
10/12/2008 • 06h00
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Aproximadamente 28 milhões de brasileiros não têm onde morar ou vivem em condições sub-humanas. Segundo cálculos do Ministério das Cidades, seria necessário construir ou possibilitar a ocupação de pelo menos 6 milhões de moradias para extinguir o atual déficit habitacional brasileiro, problema que atinge principalmente as famílias de baixa renda das regiões metropolitanas, onde o problema é agravado pela falta de áreas livres para a construção, extremamente valorizadas.

Para o coordenador de Reabilitação de Áreas Centrais do ministério, Renato Balbim, uma alternativa para que a população mais pobre tenha acesso à habitação é a locação social. Nesse modelo, o governo concede benefícios aos proprietários de imóveis que deixam aos cuidados de um gestor a locação desses espaços. O locatário também é beneficiado já que paga menos pelo aluguel.

"Há uma série de possibilidades, em geral, o proprietário faz um contrato de longo prazo com o executor da política, que pode ser um município, um estado ou mesmo uma empresa privada que tenha aderido ao programa", explicou Balbim.

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Diferente da política habitacional tradicional, em que há transferência da propriedade do imóvel, a locação social consegue garantir moradia à população, mas sem que o governo tenha que arcar com a aquisição de novos terrenos ou a construção de novas residências.

“Como o proprietário original do imóvel alugado - seja o setor público, seja uma empresa - continua sendo seu dono, os subsídios ou financiamentos que as famílias beneficiadas pelo modelo têm que pagar não englobam o valor do imóvel”, afirma Balbim.

Geógrafo e responsável pela organização do Seminário Internacional de Locação Social, evento que teve início na segunda-feira (8) e termina amanhã (11), em Brasília, Balbim lembra que há famílias que, embora tenham condições de pagar um financiamento imobiliário, não conseguem dar garantias para obter empréstimos para a compra de um imóvel.

Com a locação social, essas famílias poderiam passar alguns anos pagando pouco de aluguel e guardando algum dinheiro para quem sabe, futuramente, comprar sua casa própria, defende Balbim.

Além disso, ele sustenta que a locação social também ajudaria a induzir à utilização de imóveis vazios. “Como os contratos são de longo prazo, se inserem em uma política pública e são firmados com os executores do programa, esses imóveis se tornam uma fonte segura de renda para seus proprietários originais”, diz Balbim.

Apesar de defender o modelo, Balbim reconhece que, no Brasil, nenhuma das poucas tentativas de implementar a locação social deram certo.

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