RÁDIOS
Três Lagoas, 26 de abril

Mais de 200 pessoas aguardam na porta do Fórum para acompanhar júri

Cabeleireira acusada de homicídio enfrenta júri popular nesta quarta-feira

Por Tatiane Simon
21/08/2019 • 08h35
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Mais de 200 pessoas aguardam na porta do Fórum de Três Lagoas para acompanhar o júri popular da cabeleireira Joice Espíndola da Silva, de 35 anos, acusada de ter assassinado o vendedor de tijolos Camilo de Freitas, em maio de 2018. O crime chocou Três Lagoas e o tão aguardado júri popular iniciou às 8h desta quarta-feira (21).

Outras 100 pessoas acompanham o julgamento do lado de dentro do Tribunal do Júri. Apenas 82 estão sentadas e o restante acompanham de pé nos corredores da sala. 

Do lado de fora, a multidão é formada por juristas, estudantes de direito e, até mesmo, por curiosos.

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O júri teve início às 8h e a previsão é que encerre à noite.

O CASO

O crime ocorreu no dia 20 de maio de 2018, durante uma discussão entre Camilo e Joice, no bairro Bom Jesus da Lapa, quando, supostamente, ele estaria agredindo a mulher Larissa Fontoura, de 20 anos. Joice e os filhos, de 18, 16 e 11 anos, passavam pelo local. Três dias depois a cabeleireira foi presa e desde então aguarda pelo julgamento no Estabelecimento Penal Feminino da cidade. 

TESTEMUNHAS

Foram arroladas nove testemunhas no processo, sendo quatro pelo Ministério Público Estadual (MPE), por meio do promotor Moisés Casarotto, titular da 9ª Promotoria de Três Lagoas, e cinco pela defesa. De acordo com o advogado Flávio Burgos, os três filhos da cabeleireira estavam com ela no momento em que ocorreu a discussão e por isso vão prestar depoimento como testemunhas. O marido da acusada, Jack Douglas Lima, foi até o local logo após o fato e levou Joice para a casa de um amigo. Ele disse que teve medo da mulher sofrer agressão dos populares. 

A última testemunha arrolada pela defesa é Tatiana Barroso Ferreira, de 39 anos. Ela teria presenciado o momento em que o crime ocorreu e a ocasião em que Joice pediu ajuda para socorrer Camilo após a facada. Tatiana está presa desde janeiro deste ano por tráfico de drogas após ser flagrada com entorpecente no guarda-roupa durante a Operação Themis, realizada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com o Batalhão de Choque e corregedoria da Polícia Militar. Ela é prima da vereadora Marisa Rocha, que também foi presa na ação, e será escoltada pela Polícia Militar até o Fórum. 

Pela acusação, a viúva Larissa Laís Fontoura, de 24 anos, também está entre as testemunhas arroladas pelo MP. Ela e Camilo foram casados por cinco anos e tem uma filha, hoje, com três anos de idade. Larissa protocolou pedido de indenização no valor de R$ 1 milhão à Justiça por danos morais e materiais contra a família de Joice. O processo tramita em segredo de Justiça. 

Outros três - Waldinei Hélio Fran, João Donizete Machado da Silva e Rafael Jesus Silva - estavam no cruzamento das ruas Oscar Guimarães e Josino da Cunha Viana, zona Nrte da cidade, quando vendedor de tijolos morreu. Eles vão relatar o que de fato teria ocorrido na ocasião. 

ALEGAÇÃO

A defesa de Joice Espíndola contesta a prisão e alega que é ela é  ré primária. Ao longo do período foram quatro tentativas de liberdade, por meio de pedidos de habeas corpus, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Três foram negados e o quarto ainda está sob análise do Supremo. Em uma entrevista exclusiva à reportagem e autorizada pelo juiz Rodrigo Pedrini, no mês de março deste ano, a acusada afirmou que não tinha intenção de matar Camilo. 

“Eu jamais pensei em tirar a vida de qualquer pessoa. Foi uma fatalidade, um acidente. Só agi em legítima defesa do meu filho”, disse. 

Na denúncia do MPE, o  filho de 16 anos de Joice teria segurado a vítima para a mãe aplicar o golpe de faca. No entanto, nenhum dos filhos aparece no processo criminal como responsáveis pela morte. 

(Colaborou Kelly Martins)

 

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