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Mais de 30% dos professores já foram agredidos verbalmente

Estudo aponta que 12 profissionais foram ameaçados por alunos em 2011

Por Reprodução
16/02/2013 • 08h45
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Trinta e cinco professores que atuam nas escolas públicas de Três Lagoas foram vítimas de agressão verbal de alunos em 2011. O triste resultado faz parte dos dados divulgados pelo Portal QEdu – projeto desenvolvido em parceria entre a Meritt e a Fundação Lemann  -, que, baseado nas informações do Censo Escolar e da Prova Brasil, visa apresentar um perfil do ensino nacional. 

No caso dos professores, o resultado é baseado em um questionário com 152 perguntas, respondido por 130 profissionais e, cujo resultado, é ainda mais alarmante quando não são pessoais. Naquele ano, 65%, ou seja, 79 professores informaram terem visto dentro da escola colegas sendo agredidos verbalmente por alunos. Quatro casos de agressão física de alunos contra professores também foram citados e 10% dos professores, 12 profissionais, relataram casos de ameaças contra professores dentro da unidade escolar. No Estado, 9% dos docentes relataram casos de ameaça e outros 63%, o equivalente a dois mil profissionais, de agressão verbal.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Três Lagoas (Sinted), Maria Diogo, os dados divulgados pelo QEdu são condizentes com a realidade. “O índice de agressão verbal contra professores é realmente alto. Quando eu deixei as salas de aula, em 2007, eles já eram rotina. Agora, está ainda pior”, disse.

Para a sindicalista, a situação tem gerado muitas doenças de trabalho. Atualmente, de acordo com Maria Diogo, a maioria dos pedidos de afastamento de professores deve-se a doenças psicológicas, como síndrome do pânico, depressão e até mesmo síndrome de “Burnout”. “Esta última ocorre quando o paciente está em uma situação de tensão tão grande que, ao chegar ao seu limite, explode. No caso do professor, isso pode ocasionar a perda do controle e na explosão verbal contra o próprio aluno”, explicou.

Na mesma pesquisa, 18 professores, ou seja, 15% informaram relatos de professores que agrediram verbalmente alunos. 

FAMÍLIA
Conforme a presidente do Sinted, a situação das escolas do município é reflexo dos problemas familiares. “A juventude do século 21 é atípica. Os adolescentes não têm limites e a escola acabou abraçando problemas como o de disciplina, civismo, entre outros que seriam de responsabilidade dos pais. Além disso, o acesso à internet sem acompanhamento é outro problema”, disse.

Para ela, o professor precisa de mecanismos para recuperar a autoridade dentro da sala de aula. “Na minha época, o aluno que agredia verbalmente um professor era punido com advertências e até suspensões. Hoje, isso não ocorre mais. É preciso que se estudem projetos de lei para enrijecer as punições para esses casos”, lembrou.

PROJETO
O QEdu é um projeto inédito desenvolvido em parceria entre a Meritt e a Fundação Lemann. O objetivo do portal, aberto e gratuito, é apresentar um perfil sobre a qualidade do aprendizado de cada escola, município e estado brasileiros.Os dados são da Prova Brasil e do Censo Escolar. O resultado foi divulgado na semana passada.

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